Se tem uma coisa que intriga maconheiros e cientistas em todo mundo são as relações entre maconha e aumento de peso corporal. Embora a erva geralmente tenha capacidade de abrir o apetite, há estudos comprovando que os maconheiros possuem menos massa corporal do que os caretas.
Pois agora um novo estudo que nos chega da Universidade de Montreal, no Canadá, fornece novos – e discordantes – dados sobre o tema. Segundo a pesquisa, o consumo de maconha a longo prazo pode acarretar em ganho de peso, sobretudo entre homens.
“Sabe-se que o consumo de cannabis provoca aumento temporário do apetite. Mas os dados disponíveis são limitados para saber se a erva realmente provoca aumento de peso a longo prazo”, explica um dos professores responsáveis pelo estudo, Didier Jutras-Aswad.
Ele explica ainda que é bastante difícil explicar os mecanismos da cannabis sobre o ganho de peso devido a outros fatores que influenciam na questão. “Por exemplo, o uso de maconha pode estar associado ao consumo de tabaco – que também altera o apetite – e muitos outros efeitos da cannabis podem variar segundo o sexo e grau de utilização”, explica Aswad.
Publicado na revista Pharmacology Biochemistry and Behaviour, o estudo inclui dados de 1.294 pessoas que forneceram dados sobre suas dietas e consumo de substâncias como álcool, tabaco e maconha.
“O principal achado do nosso estudo mostra que o consumo de cannabis a longo prazo, de fato, influencia no ganho de peso”, declarou Aswad.
“Mas acima de tudo, notamos que alguns fatores modificam drasticamente este efeito, incluindo o sexo, nível de utilização e uso concomitante de tabaco”, acrescentou o pesquisador.
A pesquisa mostrou que o consumo de cannabis levou a um maior ganho de peso especificamente entre maconheiros do sexo masculino que não fumam cigarro. Já nos indivíduos tabagistas do sexo masculino, o efeito foi quase o oposto.
O levantamento não explica as razões das diferenças entre homens e mulheres, mas aponta possíveis hipóteses, incluindo o fato do “THC e da nicotina não agirem da mesma maneira nos sistemas neurobiológicos que regulam o apetite”.
Clique aqui para ver o estudo na íntegra.
*Foto: Martin Bernetti/Getty