Tabu dos tabus, o uso de maconha entre adolescentes não está associado a problemas físicos ou mentais no futuro. Pelo menos é o que aponta um recém-lançado estudo norte-americano envolvendo mais de 400 participantes – e realizado ao longo de nada menos do que 20 anos.
“Nossas descobertas foram um pouco surpreendentes”, declarou Jordan Bechtold, pesquisador do Departamento de Psicologia da Universidade de Pittsburgh. “Não houve diferença em nenhum dos dados de saúde mental ou física medidos, independentemente da quantidade e/ou freqüência do uso de maconha pelos jovens.”
Publicado na revista Psychology of Addictive Behaviors, o levantamento foi feito a partir dos dados apurados pelo Pittsburgh Youth Study, estudo longitudinal que acompanhou o desenvolvimento de comportamentos anti-sociais e delinquentes entre os rapazes que frequentaram escolas pública da cidade no fim da década de 1980.
Durante uma década, os cientistas fizeram entrevistas anuais com os participantes. Após outros 10 anos, foi realizada ainda uma entrevista final.
Com as respostas em mãos, os pesquisadores dividiram os jovens em grupos: aqueles que raramente ou nunca usaram maconha (46%); aqueles que utilizaram a erva sobretudo durante a adolescência (11%); aqueles que mantiveram o hábito na idade adulta (21%) e, por fim, aqueles que começaram cedo e tornaram-se consumidores regulares de cannabis na idade adulta (22%).
“A amostragem indicou que os usuários crônicos de maconha não estão mais propensos a desenvolver problemas de saúde física ou mental a partir dos 30 anos, se comparados a usuários mais tardios ou cujo uso de cannabis limitou-se à adolescência”, completou Bechtold.
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*Foto: Doug Menuez/Getty Images