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Revista canábica é ameaçada de censura no México

Não é só no Brasil que tem coxinha quando o tema maconha vem à tona. Até que por aqui estamos avançados no quesito liberdade de imprensa & cannabis se comparados ao México, onde a tradicional revista Cáñamo está ameaçada de censura por ir contra a “moral e os bons costumes” do país.

Prestes a lançar sua terceira edição em setembro, a publicação chamou atenção da Secretaria Técnica de La Comisión Calificadora de Públicaciones y Revistas Ilustradas – espécie de órgão regulador de imprensa – que acionou a Procuradoria Geral da República com a recomendação de que a revista seja considerada “ilícita”.

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Segundo o editor Julio Zenil, o que gerou a advertência foi uma reportagem publicada na primeira edição. Intitulada “Pachequeando con Tito de Molotov” (ou “Chapando com Tito do Molotov), a matéria inclui declarações de Ismael “Tito” Fuentes de Garay, guitarrista da banda de rap-metal Molotov. Durante a entrevista, o músico afirma que começou a fumar maconha aos 13 anos, embora não recomende isso para ninguém.

“Decidiram enviar a revista para a Procuradoria Geral da República – espécie de FBI mexicano – para que avaliem se a revista cometeu algum delito ao incluir tais declarações”, conta Julio.

Na opinião do editor, a declaração de Tito está mais alinhada ao discurso de redução de danos do que de apologia ao uso de drogas na adolescência. “Embora ele tenha admitido fumar maconha desde muito jovem, também ressaltou que, se alguém decidir usar drogas, deve fazê-lo depois de adulto.”

Agora, os editores da Cáñamo México precisam obter um tal “certificado de conteúdo e títulos lícitos” para seguir circulando sem correr riscos de sofrer um procedimento penal.

Considerada uma das principais vozes do jornalismo canábico em espanhol, a revista Cáñamo é publicada há dezoito anos na Espanha e também possui uma versão chilena há cerca de uma década. No México, a publicação foi lançada em maio de 2015.

Atualmente, a maconha segue proibida no México, embora a posse de até 5 gramas não seja mais crime.

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