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Pot boys: gays que fumam maconha

Discografias do David Bowie e da Lady Gaga, plantações indoors com LEDs de máxima qualidade, discussões sobre performances de drag queens e encontros periódicos com muita, mas muita maconha.

Assim era o Pot Boys, grupo secreto do Facebook que por alguns anos reuniu LGBTs apreciadores da Cannabis de vários países do mundo.

Em um ambiente isolado, controlado e, portanto, seguro, os membros trocavam dicas de cultivo e experiências de consumo enquanto compartilhavam de um ambiente livre de preconceitos.

No grupo havia transexuais, bissexuais, transformistas, gays e todo tipo de diversidade sexual que há. Apesar do acesso ser restrito, mais de duzentos membros participavam constante e ativamente do espaço.

A verdade é que não havia nada de excepcional no grupo: ele era a síntese mais pura da realidade. Sua existência – e sucesso – se deram justamente pelo fato de representar um refúgio para os gays canabistas.

Fora dali, mesmo entre outros usuários da planta, não havia espaços totalmente livres da homofobia. Não existe, até hoje, um grupo sequer no Facebook que seja anti-proibicionista e ofereça um espaço de expressão da diversidade sexual.

Gays maconheiros

Vale dizer, a critério de informação, que as taxas de uso de cannabis são maiores na comunidade LGBT que nas demais.

Em 2012 o Centro para o Progresso Americano reportou que homens homossexuais têm 3,5 vezes mais chances de fumar maconha que os heterossexuais.

Outro estudo do mesmo ano, feito no estado norte-americano do Colorado, descobriu que cerca de 20% dos estudantes de ensino médio que são LGBT usaram maconha antes dos treze anos, enquanto entre os heterossexuais a taxa não passava de 6,4%.

Assim escreve o HERB, um dos maiores sites canábicos do mundo, deixando clara a relação entre os homossexuais e a planta mais querida do planeta.

Invisibilidade e preconceito

Mesmo com esses dados, ainda existe um grande mistério em torno dos gays maconheiros: como disse, são levados com frequência a se retrair e não se manifestar da forma que gostariam nos ambientes sociais caretas e legalizados.

O fato é que precisamos saber o que pensam, o que sofrem e como lutam suas lutas diárias os homossexuais do mundo canábico.

O motivo dessa preocupação, ainda que não tenha ficado claro, é muito simples: são um grupo vulnerável, que sofre preconceito em muitas camadas, e que vive um momento de desunião na agenda política.

Pesquisa

Com o intuito de entender um pouco melhor a vida e a rotina dos gays canabistas, o Maryjuana produzirá uma pesquisa digital sobre o assunto, a ser divulgada em breve.

É crucial que os gays do mundo canábico entendam a importância de iniciar um diálogo sincero sobre sua condição na sociedade.

Conhecendo melhor o pensamento e as preocupações desse grupo esquecido pelos portais canábicos, grupos de discussão e movimentos anti-proibicionistas, poderemos avançar nosso debate semanal sobre o mundo canábico LGBT.

*Por Jonas França Leal, ativista e estudante de Ciência Política da Universidade de Brasília

**Foto: New Now Next

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