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Legalização da maconha causará onda de fusões no Canadá

O Canadá está prestes a detalhar planos para legalizar o uso recreativo da maconha. O setor espera uma onda de fusões, com as empresas almejando presença nacional devido às regras diferentes em cada província.

O governo do primeiro-ministro Justin Trudeau deve apresentar a proposta de lei já nesta semana, mas provavelmente diversos aspectos – como a distribuição e a idade mínima para consumo — ficarão por conta das províncias, conforme recomendação de um painel federal.

Isso sugere que o mercado de cannabis do Canadá pode ficar parecido com o sistema de restrições às vendas e remessas de bebidas alcoólicas. As companhias do setor devem aumentar os esforços de consolidação para ampliar a presença geográfica à medida que o perfil do mercado se delineia.

O valor das ações de companhias como Canopy Growth se multiplicou por quatro nos últimos 12 meses, diante do otimismo dos investidores com as vendas do produto para uso recreativo, que a Canaccord Genuity Group calculou em 6 bilhões de dólares canadenses (US$ 4,5 bilhões) por ano em 2021. Empreendedores também acessaram o mercado canadense de ações para financiar operações nos EUA.

“Haverá alguma atividade de fusões e aquisições”, disse Cam Battley, diretor executivo da Aurora Cannabis, em Alberta. “Acho que haverá rápida construção de capacidade.” O governo alerta que será longo o caminho até a elaboração de regulamentos por províncias e cidades após a legislação ser introduzida. “Há claro reconhecimento de que temos muito trabalho a fazer”, disse Bill Blair, deputado federal que já foi chefe de polícia e hoje comanda os esforços de legalização do governo Trudeau. Ele e Bardish Chagger, o líder do governo na Câmara de Deputados, se recusaram a confirmar que a lei será apresentada nesta semana, que antecede um recesso parlamentar.

A Canadian Broadcasting Corp. noticiou na segunda-feira que a legislação poderia ser revelada na quinta-feira.

Consolidação e expansão

As empresas podem tentar aquisições em diversas províncias para se proteger do risco de implementação de formas e cronogramas diferentes pelas jurisdições, segundo Daniel Pearlstein, analista de pesquisa da corretora Eight Capital, de Toronto. A implementação vai demorar porque as províncias ainda precisam decidir como a maconha será distribuída, ele explicou, ressaltando que os municípios podem ter direito de supervisionar as lojas licenciadas.

A Canopy, sediada em Smith Falls, Ontário, e primeira companhia com valor de mercado de 1 bilhão de dólares canadenses, anunciou na semana passada que vai se expandir para a região oeste por meio da compra da rTrees Producers, de Yorkton, na província de Saskatchewan.

A Aurora Cannabis, que tem uma unidade de produção perto de Calgary e está construindo instalações de mais de 70 mil metros quadrados no Aeroporto Internacional de Edmonton, comprou a Peloton Pharmaceuticals, de Montreal.

“No fim das contas, pode restar um punhado de grandes empresas, então presumimos que haverá muita consolidação ao longo do caminho”, disse Pearlstein.

*Fonte: Bloomberg

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