Como parte da uma estratégia para impulsionar a economia, o governo do Líbano acatou a avaliação da empresa de consultoria americana McKinsey para liberar o cultivo de maconha com finalidade medicinal.
Em janeiro, o governo libanês contratou a McKinsey para elaborar um plano com o intuito de reviver a economia do país. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a nação do oriente médio sofre, desde 2011, com crescimento econômico muito lento e altas taxas de desemprego. A crise no país se instaurou após o início da guerra civil na Síria, sua vizinha.
O Líbano também é o terceiro maior produtor mundial de haxixe ilícito. A informação é de um estudo de 2016 feito pelo escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime. No relatório enviado ao governo libanês, a McKinsey avaliou o impacto econômico da mudança do mercado de maconha ilícito no país para um mercado regulamentado com fins medicinais.
A empresa de consultoria americana esclareceu a situação ao portal Business Insider. Eles explicam que o governo do Líbano solicitou que fosse avaliado o impacto da legalização da cannabis como parte de um pacote de 150 medidas para impulsionar a economia do país. O relatório não recomendou explicitamente que o país permitisse o cultivo da planta, embora tenha detalhado os efeitos econômicos positivos que essa prática poderia trazer.
O ministro do Comércio do Líbano, Raed Khoury, afirmou ao portal que a cannabis produzida em solo libanês é a “melhor do mundo” e a produção de maconha com fins medicinais pode se tornar uma potencial indústria de bilhões de dólares.
A legalização da maconha já é realidade em outros países. Nos Estados Unidos, nove Estados autorizam o uso recreativo da droga. A Holanda e o Uruguai também desmistificaram o tabu com relação à cannabis. A Holanda permite que cidadãos e turistas comprem maconha em estabelecimentos, mas proíbe o cultivo para consumo próprio. Já no Uruguai, é permitido a produção, mas o estado limita a quantidade que pode ser cultivada, além de selecionar quais empresas podem atuar nesse negócio.
Um exemplo mais recente de liberação vem do Canadá. Em junho deste ano, o país tornou-se a segunda maior nação do mundo – e a primeira do G20 – a legalizar maconha para uso recreativo. Agora, os cidadãos canadenses e residentes do país podem cultivar e vender a droga livremente, desde que tenha a idade mínima de dezoito anos. No mesmo mês, Portugal também aprovou o uso da maconha para fins medicinais, mas o cultivo para o próprio consumo ainda é proibido.
Bancos de investimentos divulgaram previsões otimistas sobre a importância do mercado de cannabis a fim de encorajar os países a reavaliarem essa proibição. A Arcview Market Research, uma empresa que estuda a indústria de cannabis, estimam que os gastos globais com maconha legalizada atinjam U$ 32 bilhões até 2022, representando uma taxa de 22% de crescimento.
No Brasil, o uso recreativo da planta não é permitido.
*Fonte: Época Negócios