Com inúmeras aplicações, a cannabis é uma das matérias-primas mais completas e vantajosas da natureza. É também a mais injustiçada e criminalizada em todo o planeta. Para elucidar estas e outras questões, o livro “Canábis Anonymous” relaciona os principais fatos históricos, geográficos, sociais, medicinais, econômicos e ambientais, entre outros envolvidos com a legalização da erva no mundo. Lançada em fevereiro de 2012, a obra está disponível gratuitamente na internet. A versão impressa pode ser adquirida aqui.
Em entrevista exclusiva para a Mary, o autor Mário Márcio Pelajo fala sobre as motivações que o levaram a escrever o livro, além de comentar sobre o processo de legalização no Brasil. Formado em Engenharia de Produção, o carioca sempre foi apaixonado pelos assuntos históricos e contemporâneos que afetam a qualidade de vida das pessoas, incluindo nossa querida erva. Otimista, o autor acredita que a legalização será inevitável no Páis. “As pessoas estão começando a cair em consciência, até mesmo alguns extremistas. A cannabis é uma realidade democrática anônima”, atesta Pelajo.
MaryJuana: O que o levou a escrever o livro?
Mário Márcio Pelajo: Como sou engenheiro, sempre tive uma tendência ao cartesianismo, à logica e à razão. Apesar de gostar muito de matemática e física, minhas maiores notas na educação de base sempre foram em História, Geografia e Ciências. Isso me abriu o horizonte para todos os temas históricos e contemporâneos envolvidos com a qualidade de vida e a evolução humana. A ciência exata me permitiu encaixar as informações corporativas e tecnológicas em interface com as sociais, culturais e antropológicas. Isso resultou na ideia central do livro, que é o envolvimento da cannabis com quase todos os problemas mais importantes do mundo, todos os problemas que vemos diariamente na televisão e nos jornais. O livro mostra que é possível desconcentrar toda a renda do mundo no curto, médio e longo prazos, através de novos modelos energéticos que impactam na inflação, no dinheiro e na agricultura, principalmente, gerando lastros e cenários totalmente democráticos, com a inserção da melhor e mais potencial matéria-prima do globo terrestre, por suas propriedades que são totalmente anônimas.
MJ: É notável o aumento dos growers no País, basta ver a quantidade lojas especializadas no assunto. Qual sua opinião sobre o cultivo caseiro?
MMP: O cultivo caseiro livre e democrático, com as regras muito bem definidas e com muita discussão, nada mais é do que uma das grandes premissas na discussão da legalização, pois o plantio livre para todos impulsiona a democracia. Portanto, o mercado de cannabis funcionaria de forma muito parecida com o mercado de vinho, onde a qualidade artesanal, em pequenas produções e em minifúndios, são as mercadorias mais procuradas pela qualidade, pois quanto menor a produção, quanto mais cuidado tiverem na produção, maior será a qualidade. É o inverso da produção em série. Por isso as empresas grandes teriam uma grande desvantagem. O plantio livre e democrático com regras rígidas é uma premissa, pois caso contrário a renda do tráfico de cannabis, que hoje é obscura, continuará nas mãos dos grandes impérios
MJ: Na Holanda estão querendo instituir o “weed pass”, proibindo o consumo de maconha pelos estrangeiros. O que você acha disso?
MMP: Proibir o acesso a estrangeiros é anti-democrático. Mostra que os grandes líderes mundiais estão totalmente perdidos ou vendidos em relação ao assunto. Desenvolveram um modelo que até certo ponto deu certo e agora querem voltar atrás? É obvio que isso trará de volta o tráfico ilegal para suprir a demanda dos turistas. Isso me parece mais pressão externa do que realmente uma decisão holandesa. Pode ser um sinal da ganância e da cobiça finalmente em agonia, como dizia Charles Chaplin.
MJ: Você acredita na descriminalização da cannabis no Brasil a curto, médio ou longo prazo? Ou não acredita?
MMP: Acredito que estamos mais próximos da legalização do que nunca, principalmente após a decisão do STF que tornou legítima qualquer tipo de expressão informacional sobre o assunto. Muita informação, muitas literaturas, artigos e revistas estão surgindo. A informação está se espalhando muito rapidamente. As pessoas estão começando a cair em consciência, até mesmo alguns extremistas. Não tem como segurar a verdade e a mudança me parece muito próxima, muito mais do que imaginamos. O pontapé inicial será quando estourar nas mídias das grandes massas. Quando isso acontecer, será questão de poucos meses.
CANÁBIS ANONYMOUS, Mário Márcio Pelajo
HOJE FOI MUITO IMPORTANTE A AÇÃO DA MARCHA EM SP, COM O CARÁTER INFALÍVEL DA PAZ, RETALHANDO A AGRESSÃO DOS POLICIAS NO RIO DE JANEIRO COM OUTRA MOEDA, BOM DE MAIS, NO DIA 29 VAI TER UMA NA MINHA CIDADE MOSSORÓ-RN, ACHO VAI SER TRANQUILA, E QUE SEJA TODAS AS MARCHAS, O POVO TEM QUE VÊ ISSO, ALÉM DO QUE O SISTEMA IMPÕEM. UMA LIBERDADE NÃO PODE SER BARADA PELO PRECONCEITO. FUMAR CANNABIS É PRIVILÉGIO PRA QUEM GOSTA. PROIBIR JAMAIS!
É isso aí, galera! É para lutar contra a hipocrisia e toda forma de preconceito que mantemos este blog! Acompanhe e nos ajude na guerra contra o preconceito. Só a informação é capaz de combater a discriminação! Boa sorte aí em Mossoró e nos mantenham informados! Bjo da titia!!
Gostei muito da entrevista (:
agora é ter fé que nossa queridinha MaryJuana logo vai poder estar andando pelas ruas.
Muito Obrigado pela entrevista! Boa Sorte, valeu demais!
Nós que agradecemos, Mário!! Um privilégio contar com sua participação e o Blog da MaryJuana está sempre aberto para vc!!!