“Seria cômico se não fosse trágico” é a máxima que define boa parte das notícias sobre maconha que circulam na imprensa brasileira. Enquanto muita pauta relevante é deixada de lado, jornalistas de norte a sul do país dedicam-se a espalhar clichês completamente descabidos, como a fatídica expressão “laboratório de drogas” utilizada em diversas matérias sobre prisão de jardineiros – só para citar um exemplo dos mais comuns.
Embora seja ele próprio um mero eco da proibição estúpida que impera no país, tal jornalismo baseado na desinformação também serve como instrumento para manutenção da guerra às drogas.
Com o objetivo de propor uma reflexão sobre como a maconha costuma ser erroneamente reproduzida no discurso da mídia de massa, a partir de agora vamos elencar algumas das notícias mais bizarras sobre o tema que circulam por aí na seção Jornalixo 420.
Esperamos que, num futuro não muito distante, tais fatos sejam vistos apenas como piada que são. Mas, por enquanto, vale lembrar que por trás dessa “tragicomédia” há muita gente sofrendo e sendo extorquida de todas as formas possíveis por uma pretensa “justiça” que condena a natureza.
Aos domingos, apresentaremos por aqui as pérolas desse jornalixo que transborda tanta ignorância que chega a ter tons de comédia surrealista.
Confira algumas das notícias mais bizarras sobre maconha que saíram na imprenÇa brasileira durante a semana!
– O anão fanfarrão
A notícia nem chega perto de comentar qual crime levou o simpático anão maconheiro à cadeia, concentrando-se apenas em acusá-lo pelo “gravíssimo” ato de fumar um na cadeia. Fala sério!
– Manipulação genética
Incapazes de pensar por conta própria, muitos “jornalistas” seguem à risca o discurso errôneo dos policiais, que costumam classificar qualquer plantação indoor de maconha como “laboratório” destinado a produção de plantas “geneticamente modificadas”. Pois é o que se vê nesta vergonhosa matéria da rede RPC, do Paraná, que chegou ao cúmulo do absurdo de utilizar dados de apreensão de maconha no estado (geralmente erva prensada vinda do Paraguai) para ilustrar com sensacionalismo a prisão de um inocente jardineiro, denunciado pela própria família.
– Maconha personalizada
Assim como a proibição gera o tráfico, qualquer forma de comércio pressupõe algum tipo de publicidade. É o que se vê neste caso de apreensão de maconha “adesivada” com a marca de seus distribuidores. Muita criatividade no lance!
– Ambulância da paz
Lamentável mais esta notícia que nos chega do Mato Grosso do Sul. Se a maconha fosse liberada, tal ambulância estaria sendo utilizada para carregar pacientes – e não como instrumento do tráfico. Legalize já!