O Canadá é um país interessante. Embora o uso recreativo de maconha não seja legalizado, é possível utilizar a erva com fins medicinais – no entanto, apenas o consumo da planta in natura, na forma de flores secas & curadas, estava autorizado até então.
Mas, a partir de agora, os canadenses finalmente terão acesso legal a toda sorte de biscoitos, manteigas e demais produtos derivados da cannabis, além de pílulas e outras formas de administração da substância.
Em decisão unânime, a Suprema Corte do Canadá reconheceu hoje (11/6) que a maconha medicinal está muito além dos buds, reconhecendo que as antigas regras violavam os direitos de escolha e segurança dos pacientes.
“Imagine ter que fumar pelo menos 7 gramas de maconha quando você tem dores tão fortes que mal consegue mexer seus dedos”, argumentou David-George Oldham, fundador da The ARC, entidade que reúne pacientes, médicos, ativistas e farmacêuticos.
Além disso, o hábito de fumar é prejudicial e pode ocasionar ainda mais distúrbios em pessoas com a saúde debilitada. “Tomar um comprimido de cannabis é muito mais sensato nestes casos”, pondera David.
Mas engana-se quem pensa que todos saíram satisfeitos com a decisão. No Canadá também tem reaça, sim senhor, a exemplo de alguns representantes do governo federal, incluindo Rona Ambrose, ministra da saúde. “Francamente, estou indignada com a Suprema Corte”, disse ela.
“Precisamos lembrar que só há uma autoridade no país capaz de dizer se uma droga é medicina, a Health Canada. E a maconha não passou pelo processo de aprovação regulamentar, o que, naturalmente, requer uma revisão de segurança rigorosa e ensaios clínicos com evidência científica”, completou Rona.
Controvérsias à parte, a decisão histórica altera os rumos da indústria da canábica no Canadá, que a partir de agora está liberada para investir na produção de toda sorte de itens comestíveis à base de maconha.
*Fonte: CBC News