Historicamente atribuída ao tetrahidrocanabinol (THC), a fome – ou “larica” – causada pela maconha também pode ter sua origem no cannabigerol (CBG).
Pelo menos é o que sugere um recém-lançado estudo da Universidade de Reading, na Inglaterra. Após perceberem que extratos de cannabis desprovidos de THC ainda estimulavam o apetite, os cientistas decidiram investigar a ação do CBG – canabinoide não psicoativo – em testes realizados com camundongos.
O cannabigerol foi escolhido como objeto de estudo por “possuir afinidade para vários alvos moleculares com envolvimento conhecido na regulação do comportamento alimentar”, conforme relata artigo veiculado na revista Psychopharmacology.
Ausência de efeitos colaterais negativos
Os pesquisadores então descobriram que o CBG “não produziu efeitos adversos sobre qualquer parâmetro na bateria de testes neuromotores de tolerabilidade”.
Já no ensaio de alimentação, o canabinoide mostrou-se um excelente estimulador do apetite, duplicando a ingestão total de alimento e o número de refeições consumidas.
A pesquisa comprovou que o “CBG provoca hiperfagia por redução da latência alimentar e o aumento da frequência das refeições, sem produzir efeitos neuromotores secundários negativos”.
Dessa forma, o canabinoide pode ser uma excelente opção para auxiliar no tratamento de transtornos alimentares, incluindo anorexia e caquexia, além de outras doenças que causam supressão do apetite.