Recentemente, pesquisadores descobriram que a maconha, além de todas as propriedades medicinais já observadas em humanos, também possui efeito antimicrobiano contra Staphylococcus aureus.
O uso inadequado dos antibióticos faz com que algumas linhagens de bactérias criem resistência a estes medicamentos. Este problema traz a necessidade da busca de novas opções para combater infecções bacterianas.
Staphylococcus aureus é uma bactéria encontrada normalmente em nosso corpo, em locais como o nariz, trato respiratório e na pele. Ela geralmente não causa doenças, mas em determinados casos, tais como ferimentos e imunidade baixa, a S. aureus pode causar desde infecções na pele, como espinhas, impetigo, furúnculos, celulite, foliculite, carbúnculos, e abscessos, a doenças potencialmente fatais, como pneumonia, meningite, osteomielite, endocardite, síndrome do choque tóxico, bacteremia, e sepse.
Algumas linhagens de S. aureus desenvolveram resistência a antibióticos utilizados em ambiente hospitalar. Uma delas é a S. aureus resistente à meticilina (methicillin-resistant S. aureus, ou MRSA). No mundo, ela é uma das cinco causas mais comuns de infecções hospitalares e é frequentemente a causa de infecções pós cirúrgicas.

Cannabis sativa (maconha), Thuja orientalis (Tuia) e Psidium guajava (Goiabeira).
Recentemente, pesquisadores indianos mostraram que a fitoterapia pode ajudar nesta questão. No artigo publicado na Journal of Integrative Medicine os pesquisadores explicam que muitas plantas medicinais têm a propriedade de potencializar o efeito de antibióticos, e que o estudo foi conduzido para avaliar se a Cannabis sativa (maconha), Thuja orientalis (Tuia) e a Psidium guajava (Goiabeira) possuem efeito antimicrobiano contra a MRSA.
Os pesquisadores prepararam extratos das três plantas e verificaram se eles, isoladamente ou em combinação, tinham a propriedade de inibir o crescimento da MRSA.
Eles observaram que as três plantas apresentam ação antimicrobiana contra a MRSA, e que houve efeito pronunciado com a combinação da C. sativa com a T. orientalis.
Os cientistas explicam que o efeito sinérgico provavelmente se deve à presença de compostos fenólicos e flavonoides na mistura de extratos e que esta interação será alvo de futuras pesquisas do grupo de pesquisadores.
*Por Lia Esumi: Bióloga, MS/PhD em Psicobiologia e colaboradora no Maryjuana.