Vaporizar cannabis é uma experiência cujos efeitos variam conforme a temperatura.
Há quem pense que a brisa da cannabis é definida somente pela genética a ser consumida, mas o fato é que existem outros fatores não menos importantes que definem a experiência, incluindo a temperatura em que você vaporizar cannabis.
A importância da temperatura se dá na medida em que os diversos compostos presentes na erva – como terpenos e canabinoides – possuem diferentes pontos de ebulição.
De modo geral, a temperatura pode influenciar na intensidade da brisa da seguinte maneira: quanto maior, mais intensos os efeitos; enquanto temperaturas mais brandas produzem efeitos mais suaves.
Vaporizar cannabis permite o controle de temperatura
No entanto, quem opta por consumir maconha somente fumando não terá como desfrutar de todas essas substâncias. Embora o fogo produza calor suficiente para ativar o THC e outros componentes, ela também prejudica outros terpenos e canabinoides mais voláteis.
Não por acaso, os vaporizadores de ervas estão cada vez mais populares. Além de reduzirem os danos associados ao fumo, os vapes também permitem regular a temperatura.
Mas é aí que surge uma questão crucial: afinal de contas, qual a temperatura ideal para vaporizar cannabis?
No breve guia a seguir, indicamos três faixas principais de temperatura – justamente por não haver uma única temperatura ideal, já que cada intervalo propicia uma experiência distinta.
O mais importante é explorar e descobrir os efeitos únicos que cada brisa (e erva) produzirá no seu organismo.
Confira:
– Temperaturas baixas: efeitos suaves e produtivos
310-350°F / 154-177°C
Terpenos: A-pineno, β-cariofileno, β-mirceno, citronelol, limoneno
Canabinoides: THC, CBD, CBG, CBC, THCa, CBDa
Principal componente psicoativo da maconha, o THC atinge seu ponto de ebulição a 157º C (ou 315ºF). Ou seja, ao vaporizar em baixas temperaturas já é possível chapar – enquanto se desfruta de um vapor suave, frio e bastante suave na garganta.
Essa faixa de temperatura mais baixa também produz euforia leve, calmante e revigorante, favorecendo sabores frescos, cítricos e amadeirados.
Indicadas para momentos em que não se deseja brisar extremamente (por exemplo: antes ou durante o trabalho ou prática de atividades físicas) e para usuários iniciantes.
– Temperaturas médias: brisa equilibrada e segura
177-204°C/350-400°F
Terpenos: limoneno, terpinoleno, linalol, humuleno
Canabinoides: THC, CBD, CBN, CBG, CBC, THCa, CBDa
Faixa de temperatura mediana que oferece segurança para quem ainda está tendo as primeiras experiências com cannabis.
Permite acesso a uma maior gama de canabinoides, enquanto ainda propicia uma rica experiência sensorial através da ativação de diferentes terpenos.
Produz vapor mais denso e um pouco mais quente, ideal para os fumantes que estão em fase de transição.
Já os efeitos psicoativos tendem a ser mais intensos, pois uma quantidade maior de THC é volatilizada. Relaxamento, euforia e estado meditativo podem ser observados variando conforme o potencial da strain consumida.
– Temperaturas altas: efeitos intensos
204-221°C/400-430°F
Terpenos: humuleno, óxido de cariofileno, fitol
Canabinóides: THC, CBD, CBN, CBG, CBC, THCa, CBDa, THCv
Se você está a fim de chapar até cristalizar no sofá ou cama, aposte em altas temperaturas.
Nesse intervalo ocorre a descarboxilação completa do THC, assim como a máxima extração de canabinoides, o que produz efeitos mais intensos e letárgicos.
O vapor tende a ser mais quente e menos saboroso, pois em temperaturas altas os terpenos tendem a se esgotar rapidamente.