Recentemente, o aumento de casos de doença pulmonar relacionada ao vaping levantaram muitas dúvidas e temores entre médicos e pacientes. Agora, a ciência começa a esclarecer alguns fatos.
É o caso desse estudo publicado em abril no JAMA Network Open, mostrando que os estados norte-americanos que legalizaram o uso recreativo da maconha registraram menos casos de lesões pulmonares relacionadas ao uso de cigarros eletrônicos.
Já nos estados que legalizaram a cannabis apenas com fins medicinais não apresentaram diferença significativa no número de registros da doença, chamada oficialmente de EVALI.
Ao conduzir a pesquisa, os cientistas executaram uma análise dos dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos casos EVALI em nível estadual, incluindo Washington, DC.
As informações foram avaliadas em conjunto com dados populacionais e informações sobre a prevalência de uso de cigarros eletrônicos em cada estado.
A pesquisa mostrou que os estados com dispensários legais de maconha recreativa registraram 1,7 casos de EVALI por 1 milhão de pessoas, enquanto os estados que proíbem o uso de maconha para adultos tiveram 8,1 casos por milhão.
Já os estados que legalizaram apenas a maconha medicinal tiveram 8,8 casos EVALI por milhão de residentes, o que, embora mais alto que os estados proibidos, não foi estatisticamente significativo.
“Os dados sugerem que os casos da EVALI se concentraram em estados onde os consumidores não têm acesso legal a dispensários recreativos de maconha”, observaram os autores do estudo.
“Essa associação não foi motivada por diferenças de nível estadual no uso de cigarros eletrônicos, e as taxas de casos da EVALI não foram associadas à prevalência no nível estadual de uso de cigarros eletrônicos. Uma possível inferência de nossos resultados é que a presença de mercados legais para a maconha ajudou a mitigar ou pode proteger contra a EVALI.”
