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Primeiro remédio à base de maconha do Brasil custará R$ 2,5 mil

Aprovada em dezembro pela Anvisa, a venda de remédio à base de maconha no Brasil dá início a um mercado com preços surreais.

Exemplo disso é o primeiro remédio à base de canabinoide sintético aprovado no Brasil, que já está prestes a chegar às farmácias custando a bagatela de R$ 2,5 mil – ou R$ 2.143 com desconto no site da Droga Raia.

Produzido pelo laboratório brasileiro Prati Donaduzzi, o produto – Canabidiol 200 mg/ml – foi aprovado pela Anvisa há poucas semanas – e já estava em pré-venda no site da rede de farmácias.

No entanto, após chamar a atenção pelo preço exorbitante – que foi alvo de matérias em diversos veículos de comunicação nos últimos dias – a Droga Raia excluiu o preço da página, mantendo apenas um aviso de “produto indisponível” até a publicação desse artigo.

Eles bem que tentaram tirar as informações sobre o preço do ar, mas é óbvio que os prints já estava circulando loucamente para deixar o fato registrado.

Caro e ineficaz

É preciso ir além de criticar o preço surreal desse novo remédio à base de maconha, que apenas aprofunda o abismo de desigualdades para aqueles que não são milionários, mas também necessitam da cannabis para prevenir e tratar as mais diversas condições de saúde.

Segundo artigo da pesquisadora Luna Vargas, acreditar na eficácia de medicamentos que isolam e sintetizam canabinoides – numa quantidade ínfima – é uma ilusão que pode custar a qualidade de vida dos pacientes.

“A indústria farmacêutica é pautada pela lógica e proteção de patentes, por isso a cannabis como planta inteira não é interessante. Melhor seria isolar, sintetizar os componentes para assim serem vendidos com controle como fazem com todos os outros derivados de plantas”, diz Luna.

A grande questão é que usar a planta toda, sem isolar seus componentes, torna sua ação mais efetiva. Sendo assim, a práxis de isolar componentes, sintetizar em laboratório tornam-se obsoletas e menos eficientes. Por consequência, a única forma de controlar o uso de uma planta passa a ser protecionismo político e desinformação. Criando leis para limitar componentes da planta, burocratizando e fazendo um trabalho extensivo de não fornecer informação de qualidade para a população em geral, deixando assim esse poder nas mãos das grandes indústrias farmacêuticas e conglomerados médicos, porque são esses atores que tem o poder histórico sobre a narrativa da saúde”, completa a pesquisadora.

E você, em que prefere confiar a sua saúde? À natureza, com suas flores perfeitas e repletas de componentes terapêuticos? Ou aos laboratórios, com seus compostos sintéticos?

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