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Primeira remessa autorizada de óleo de maconha chega ao Brasil

Como sempre eu sequelo, mas não falho! E é por isso que me sinto na obrigação de “requentar” & compartilhar uma notícia que é da semana passada, mas que, sem dúvida, também é uma das mais importantes do ano – e da história da re-legalização da cannabis no Brasil. No dia 30/04, a garotinha Anny Fischer – que depende do CBD para controlar crises convulsivas – recebeu  o primeiro lote autorizado do medicamento vindo dos Estados Unidos. É a primeira vez na história do país que um remédio à base de maconha entra legalmente no país.

Aos cinco anos, Anny sofre de uma doença genética que, entre outros sintomas, causa convulsões severas que têm comprometido seu desenvolvimento. Antes do tratamento, iniciado em novembro de 2013,  a menina chegava a ter 80 crises em uma semana. Hoje, com o uso do CBD – que até então era comprado de forma clandestina – as crises reduziram para duas por mês.

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Katiele comemora a chegada do primeiro lote de CBD importado com autorização da Anvisa

A autorização judicial foi concedida no dia 3 de abril, em um processo relativamente rápido, que durou dois dias. Ela permite que, até que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresente estudos sobre o medicamento e permita pesquisas com a maconha, Anny possa importar o produto para continuar seu tratamento. “Foi um fato histórico”, comemora Norberto Fischer, pai de Anny. “Anexamos no processo laudos dos médicos que afirmavam que a suspensão do medicamento colocaria em risco a vida da Anny”, reforçou.

As primeiras convulsões tiveram início quando Anny tinha apenas 45 dias. Após a segunda crise, Norberto e a esposa Katiele de Bortoli Fischer peregrinaram durante quatro anos em busca de um tratamento, até encontrar um médico que, depois de 20 minutos de consulta, constatou que a menina tinha CDKL5 – uma doença genética rara que altera as funções cerebrais de uma em cada 10 mil pessoas, especialmente do sexo feminino.

Pesquisas
“A partir desse momento o monstro passou a ter um nome, pois antes não sabíamos o que fazer, e começamos a pesquisar pelo mundo inteiro pais com filhos que também passavam por essa síndrome. Em seguida, encontramos pela internet um pai que disse que daria o canabidiol para a filha dele. Ele sempre percebia menos crises, mas ainda tinha o dilema: ‘tinha que ser um remédio retirado da maconha?'”, descreve Norberto.

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A decisão de importar o CBD veio após um período de reflexão e em seguida a comunicação ao médico que acompanhava o caso de Anny. “Ele disse que não poderia receitar e nem dosar, mas que acompanharia a nossa filha. Em 11 de novembro do ano passado demos a primeira dose para ela e uma semana depois nós olhamos para o gráfico e ficamos maravilhados com o resultado”, lembra Norberto. “Nove semanas depois da primeira dose, a Anny passou de 64 crises por semana para zero. Quem vive isso no dia a dia sabe o que é”, emociona-se o pai.

A grande mudança
Norberto e Katiele contam que recebem por dia ligações de 40 a 60 famílias de dentro e de fora do Brasil que querem saber sobre o tratamento. Eles dizem que muitas delas sequer têm condições de comprar o medicamento ou sabem realmente qual o problema que seus filhos têm, mas que os procuram para conversar por não ter com quem desabafar. “Tudo isso que aconteceu está fazendo com que as pessoas não aceitem mais esperar. Elas estão mais proativas. Essa é a grande mudança”. lembra Norberto

Norberto recorda que aos quatro anos, mesmo com os problemas que a cercavam, Anny chegou a andar sozinha, surpreendendo inclusive os médicos que acompanhavam o caso, mas quatro meses depois as crises dispararam e ela “virou uma boneca de pano e perdeu tudo o que tinha adquirido”.

“Ouvimos por várias vezes médicos falarem: ‘Olha mãezinha, não tem mais o que fazer. Estamos liberando sua filha porque não sabemos o que fazer’. Isso doía na alma. A gente provou que tem o que fazer e a mensagem que queremos passar é essa: sempre que alguém falar isso não aceite”, diz Katiele.

“A cannabis é uma substância como outra qualquer. Não cura, mas deu qualidade de vida para a nossa filha. Ela pode funcionar para uns e não para outros. O que queremos agora é ir ao ministro da Saúde pedir para que ajude às famílias que não têm condições de comprar esse medicamento”, declara Katiele.

A rotina da família melhorou com a utilização do produto. Katiele Fischer simplifica: “Voltamos a dormir”.

*Fonte: Jornal de Brasília

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13 Responses

  1. Angelica

    Olá, gostaria de adiquirir o produto, como faço??

    1. Prezada Angélica,

      Você deve procurar primeiramente seu médico e, de posse de receita e indicação do medicamento, entrar com os procedimentos para importação na Anvisa.

      Obrigada!

  2. felipe

    boa tarde, qial especialdidae do medico que tem q procurar??? obrigado MARY!!!!

    1. Oi, Felipe, tudo bem?

      Você deve procurar um especialista de acordo com a enfermidade que possuir. Não há uma especialidade específica para isso.

      Abraço e boa sorte!

  3. Elma

    Quero saber como adquiri este oleo , eu tenho Polioneuropatia periférica cronica .eu vi um comentário sobre o oleo de maconha quero minha cura.
    Quanto custa, por favor me responda,
    desculpa não divulga todo o nome

    1. Olá, Elma!

      Sim, a maconha possui diversas propriedades terapêuticas capazes de aliviar e auxiliar no tratamento de muitas doenças. No entanto, os brasileiros ainda não possuem o direito de usufruir de todos os benefícios dados pela natureza graças a leis hipócritas que mantém a erva proibida – e é contra isso que lutamos. No entanto, já é possível solicitar a importação de CBD junto à Anvisa desde que com pedido médico. Você pode buscar por mais informações aqui no site, digitando “anvisa” ou “canabidiol” no campo de BUSCA. Mas o primeiro passo é informaR-se junto ao seu médico sobre o que será mais indicado no seu caso.

      Obrigada e melhoras!

  4. Beto

    Gostaria de comprar esse óleo, disseram que combate o câncer. Como faço para adquirir o óleo.

    1. Olá, Roberto. Vc precisa pedir receita ao seu médico antes de solicitar a importação à Anvisa.

      Obrigada!

  5. O que tem que ser escrito na receita? Se os médicos são proibidos de receitarem cannabidiol.
    Minha mãe tem um tumor no celebro e já tem 5 anos que perdeu os movimentos e eu quero comprar este óleo para ela.

    1. A prescrição de CBD importado já foi autorizada pela ANVISA. Informe-se com um médico para maiores detalhes.
      Abraço!

  6. Tayla

    Eu tenho psoríase pelo corpo todo, ja tentei vário remédio e tenho fé que esse óleo pode me trazer a cura. Como consigo? Pelo amor de Deus, eu preciso muito!!!!

    1. Oi, Tayla! Você primeiramente precisará de uma receita médica antes de solicitar a importação na Anvisa. Por enquanto, o caminho é esse. Um abraço e melhoras!

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