Se tem um argumento proibicionista que caiu por terra de uma vez por todas é o de que a legalização da maconha prejudica os jovens. Segundo estudo lançado no fim de setembro pelo Center on Juvenile and Criminal Justice (CJCJ), localizado na Califórnia, a descriminalização resultou em redução da criminalidade, overdose, acidentes de trânsito, suicídios e evasão escolar entre adolescentes.
De acordo com o relatório, dois anos após a descriminalização do porte de maconha, em 2010, houve queda de 22% na evasão escolar entre os jovens. As mortes por overdose de drogas também caíram 20% e, os suicídios, 10%.
As prisões de adolescentes reduziram outros expressivos 30%, provando que a legalização é o melhor caminho para proteger os jovens da criminalidade e das drogas.
A pesquisa levou em conta a análise comparada de cinco estados que implementaram reformas na legislação referente à maconha nos últimos cinco anos, como Califórnia, Washington, Massachussets, Connecticut e Colorado. “Califórnia, Connecticut e Massachusetts descriminalizaram pequenas quantidades de maconha para todas as idades, enquanto Colorado e Washington legalizaram pequenas quantidades da substância apenas para pessoas com 21 anos ou mais”, observa o estudo.
O relatório conclui que, “consideradas as consequências das prisões – incluindo multas, reclusão, ficha suja, a perda de financiamentos estudantis e outros auxílios federais, além das custas judiciais – ser preso por uso de maconha pode ser mais prejudicial do que a própria droga – em qualquer idade”.
Dessa forma, a CJCJ recomenda que se mova rumo “a legalização completa”. “Outras reformas, além das políticas de maconha, será necessário reduzir as disparidades raciais flagrantes e persistentes”, diz o estudo.
Eis aqui as principais conclusões dos pesquisadores:
- Todos os cinco estados experimentaram quedas substanciais nos casos de detenção por porte de maconha.
- Estados que descriminalizaram a maconha para todas as idades registaram as maiores diminuições nas prisões relacionadas à erva maconha, sobretudo em caso de posse de pequenas quantidades entre adolescentes.
- As disparidades raciais permanecem – e, em alguns casos, são exacerbadas – a despeito das reformas nas leis da maconha. Os afro-americanos ainda são mais propensos a serem presos por delitos relacionados à erva mais do que todas as outras raças e etnias eram antes da reforma.
- A descriminalização da maconha na Califórnia não resultou em conseqüências negativas para os adolescentes. Na verdade, os jovens do estado apresentaram melhorias em todas as áreas de risco após a reforma.
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* Fonte: CJCJ
**Tradução: Maryjuana
***Foto: Chris Hondros/Getty Images