As ações de empresas canábicas subiram pelo quarto dia consecutivo na sexta-feira (1/9), registrando sua melhor semana desde março de 2020, com otimismo de que uma revisão da Drug Enforcement Administration (DEA), agência dos Estados Unidos que fiscaliza o tráfico ilícito de drogas, resultará em uma classificação de risco menor para o produto.
O índice MJ PurePlay 100, que acompanha o desempenho de empresas do setor, teve ganhos de 1,9% na sexta, estendendo seu ganho semanal para 28% – a melhor performance desde março de 2020.
O ETF (fundo de índice, na sigla em inglês) Roundhill Cannabis (WEED), subiu um recorde de 42% nesta semana. As ações da Cresco Labs avançaram 14%, enquanto a Columbia Care fechou em alta de 4% na sexta-feira (1).
A recomendação feita na quarta-feira (30) pela secretária assistente de Saúde, Rachel Levine, de que a maconha seja classificada como uma droga de Categoria III sob a Lei de Substâncias Controladas impulsionou as ações do setor.
Os ganhos continuaram quando a DEA anunciou que revisaria sua classificação para a planta.
A classificação da maconha como uma droga de Categoria I, na mesma categoria que a heroína e o LSD, tem sido um obstáculo para a indústria desde que os estados começaram a legalizar seu uso recreativo.
Estar em uma categoria de risco mais baixo aliviaria algumas das dificuldades que as empresas canábicas enfrentam ao acessar serviços financeiros devido à lei federal.
A mudança também suspenderia algumas proibições de créditos fiscais e deduções para empresas do setor, escreveu Benjamin Salisbury, diretor de pesquisa da Height Capital Markets, em nota.
“Isso também poderia estimular mais bancos e instituições financeiras a oferecer serviços bancários tradicionais para empresas de maconha, reduzindo sua dependência de dinheiro”, disse Salisbury.
Uma classificação de Categoria III que colocaria a maconha na mesma categoria que a testosterona e a cetamina também pode tornar mais fácil a pesquisa da droga e poderia levar à sua remoção da categoria de substância controlada no futuro, acrescentou ele.
No entanto, os passos mais recentes não resolveriam completamente os problemas bancários com os quais a indústria de maconha está lidando.
O SAFE Banking Act, reintroduzido no Congresso este ano e que abriria os serviços bancários para a indústria legal de maconha, provavelmente ainda seria necessário de alguma forma, de acordo com Salisbury.
“Seriam necessárias orientações adicionais para garantir que os bancos segurados pelo governo federal não violem a lei federal de combate à lavagem de dinheiro e outras leis ao realizar transações com os lucros de operações de maconha ilegais sob a lei federal”, afirmou ele.
*Fonte: Bloomberg Línea