Maconheiro, ativista e eterno fora da lei. Estas são apenas algumas das qualidades do britânico Howard Marks, o famoso Mr. Nice, que morreu de câncer ao 70 anos neste último domingo (10/4), segundo reportagem do The New York Times.
Natural de Gales, Marks estudou na Universidade de Oxford, mas se dedicou mesmo ao narcotráfico e à espionagem, ganhando fama após a publicação de um livro de memórias de grande sucesso,imprensa britânica (“Mr. Nice”, lançada em 1996).
Dedicado ao tráfico de maconha, Marks se especializou em preencher de haxixe os móveis de diplomatas paquistaneses que se mudavam para Londres, além da bagagem de bandas de rock rock fictícias em turnê pelos Estados Unidos. Por algum tempo ele também trabalhou para a agência de espionagem britânica MI6.
Detido na Espanha em 1988, Mr. Nice – que teve 43 codinomes e viveu em várias partes do mundo – foi extraditado para os Estados Unidos, onde passou 7 anos na cadeia.
Ferrenho ativista, transformou-se num dos símbolos da luta pela legalização da maconha no mundo. Em sua homenagem e parceria, o breeder Shantibaba lançou um banco de sementes homônimo com sede na Holanda.
Em janeiro do ano passado, ele já havia declarado ao jornal The Guardian que era portador de um câncer inoperável.
“Traficar maconha foi uma maneira divertida de viver”, disse Marks em entrevista ao jornal The Observer em 2015.
“É impossível me arrepender de alguma parte de minha vida”, concluiu.
*Foto de abertura: Tom Bleasdale