Mães que lutam pela liberação do uso medicinal da cannabis no Chile participaram de debate no Rio de Janeiro.
O encontro foi promovido pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), da Universidade Cândido Mendes.
A presidente da Fundação Daya, organização sem fins lucrativos que promove pesquisa e uso medicinal da maconha, Ana María Gazmuri, diz que a legislação no Chile permite o uso medicinal , mas que a conquista do plantio para esse fim somente ocorreu nos últimos três anos.
Ela defende que o uso integral da planta tem sido mais eficaz que remédios produzidos em laboratório. Ana María Gazmuri afirma que a fundação tem tido resultados positivos com pacientes com câncer, que consomem em média 3 ml de extrato de óleo cannabis puro ao mês, e é possível ver melhoras de apetite, enjoos, sono e na qualidade de vida de uma forma geral.
A instituição hoje também ajuda 600 crianças com epilepsia, e o resultado, segundo ela, é um verdadeiro despertar cognitivo em que as crianças recuperam a personalidade e o contato com o entorno, voltando a olhar para os pais e a sorrir.
A fundadora da organização MamáCultiva Chile, que reúne mães produtoras de óleo de cannabis, usado como medicamento para seus filhos, Paulina Bobadilla, defende que o cultivo é a melhor alternativa.
Ela diz que as drogas tradicionais não eram tão eficazes, por isso foi preciso lutar, sair às ruas e cobrar dos governos, pedir apoio para que os filhos não morram por causa de convulsões. O uso medicinal é um direito humano.
O evento no Rio teve como foco a troca de experiências e fomentar o debate no Brasil sobre a necessidade de legalização do uso medicinal da cannabis.
Em março, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação, por pessoa física, de medicamentos e produtos com canabidiol (CBD) e tetrahidrocannabidiol (THC), desde que exclusivamente para uso próprio e para tratamento de saúde; no entanto, ao contrário do Chile, plantar a cannabis para uso medicinal no Brasil não é permitido.
*Fonte: Agência Brasil