Enquanto no Brasil o uso de agrotóxicos é estimulado com as bençãos da Anvisa, na Itália os agricultores apostam na variedade industrial da maconha para recuperar solos contaminados.
Segundo reportagem do Slate, as plantações de cânhamo cresceram de 3 para 300 hectares na cidade de Taranto – mais precisamente na região de Puglia, onde cerca de 100 fazendeiros dedicam-se a este tipo de cultivo.
Mais do que fomentar um crescente mercado – onde prosperam empresas como a CannaPuglia – o cultivo de cânhamo na região tem o objetivo de ajudar a descontaminar o solo da região, poluído por resquícios de metais pesados oriundos da maior fábrica de aço da Europa.
Cânhamo pode descontaminar o solo
Tradição em Puglia, a criação de gado para fabricação de carnes e laticínios está proibida na região graças à contaminação por substâncias tóxicas, como níquel e chumbo.
“Nós nos encontramos numa encruzilhada e tivemos que decidir entre sair ou ficar”, declarou o fazendeiro Vincenzo Fornaro. “Decidimos permanecer para defender nossa terra.”
Para reverter os estragos no solo, os agricultores decidiram plantar cânhamo, pois a planta é reconhecidamente eficaz para absorver e neutralizar metais pesados encontrados na terra, num processo natural chamado de fitorremediação.
Segundo consta, a primeira vez que a maconha foi utilizada para a reabilitação ambiental foi na Ucrânia, em 1986, após o trágico desastre de Chernobyl.
Legal na Itália
Enquanto o parlamento italiano segue discutindo a legalização da maconha no país, o cultivo de cânhamo é liberado na região, desde que o cultivo tenha fins exclusivamente industriais e envolva variedades com baixo nível de THC.
Já no Brasil, claro, tudo continua proibido (menos pulverizar veneno até mesmo sobre a cabeça do povo).
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