Levantamento realizado nos Estados Unidos aponta hábitos de consumo de tabaco e maconha entre mulheres em idade reprodutiva, incluindo grávidas.
Ao que tudo indica, os índices de tabagismo em geral estão cada vez mais baixos tanto entre as mulheres em geral. Mas o mesmo não se pode dizer do consumo de maconha, que tem crescido entre a população de gestantes, de acordo com o estudo realizado por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Maryland.
Publicado neste mês pela American Public Health Association, o levantamento comparou dados sobre os hábitos de mulheres em idade reprodutiva num período de dez anos, entre 2006 e 2016.
No total, foram analisadas 162.451 mulheres não grávidas e 8.695 grávidas – todas elas em idade reprodutiva, ou seja, entre 18 e 44 anos. A pesquisa buscou mapear se as participantes fumaram cigarros, baseados ou charutos no último mês.
Menos cigarros, mais maconha
Os resultados do estudo foram otimistas em relação à gravidez e ao tabagismo. No geral, menos mulheres fumaram cigarros em 2016 do que em 2006. Especificamente, o estudo apontou que 15% das gestantes fumaram cigarros no período de um mês, sendo que apenas 1% reportou fumar charutos e 2% consumiu blunts.
Em 2006, as grávidas tinham 18% de probabilidade de fumar. Comparativamente, até 2016, apenas 10% fumaram.
Por outro lado, o estudo encontrou uma área que aumentou para ambos os grupos: até 2016, grávidas tinham 2,5% de probabilidade de fumarem maconha, contra menos de 1% em 2006.
Em entrevista à Reuters, a pesquisadora-chefe do estudo, Victoria Coleman-Cowger, afirmou que “é promissor ver menos uso de cigarros durante a gravidez, porque sabemos que isso afetará positivamente a saúde pública. No entanto, esse declínio pode significar que as mulheres grávidas estão se voltando para os produtos alternativos do tabaco ou a maconha, devido às percepções de menor risco”.
Riscos
Vale lembrar que a maconha não é completamente segura para mulheres grávidas. Ao considerar o efeito do THC no desenvolvimento fetal, normalmente é citado um estudo realizado em 1991 na Jamaica, que não aponta diferenças entre os filhos gerados por mulheres que fumaram maconha durante a gravidez e aquelas que não fumaram.
No entanto, é arriscado tomar qualquer decisão com base em um único estudo, especialmente quando ele é antigo e leva apenas 59 crianças em consideração.
Além disso, há pesquisas mais recentes que sugerem riscos negativos associados ao THC no desenvolvimento do feto, incluindo dificuldades na formação de redes neuronais no cérebro de um bebê.
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