Quando se trata de danos à saúde, será que a fumaça de maconha e do cigarro são igualmente prejudiciais? Os americanos – e uma parte dos cientistas – acham que sim.
Um estudo científico publicado recentemente mostrou que os norte-americanos acreditam que a exposição à fumaça da maconha é menos prejudicial à saúde do que a fumaça do tabaco. Mas será que é isso mesmo?
“Quando você queima algo, seja tabaco ou maconha, cria compostos tóxicos e substâncias cancerígenas que são prejudiciais à saúde”, disse Beth Cohen, professora de medicina na Universidade da Califórnia e principal autora do estudo.
“É a combustão que é o problema, então essa ideia de que, como a cannabis é ‘natural’ queimar e inalar é bom, está errada.”
Cada fumaça no seu quadrado
Parece óbvio que o hábito de fumar (seja lá do que for) está longe de ser um dos mais saudáveis.
Menos óbvio, no entanto, é o fato de que nem toda fumaça é igual – e algumas, no caso específico da cannabis, oferecem sim menos riscos à saúde pulmonar. E quem diz isso, é claro, não somos nós. Mas a ciência.
Um exemplo é o estudo prévio realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, que investigaram os riscos de câncer de pulmão em mais de 2.000 fumantes de longo prazo de cannabis, tabaco e não fumantes.
O resultado indicou que os fumantes regulares de cigarros tinham um risco 20 vezes maior de câncer de pulmão em comparação aos não fumantes. Em contraste, aqueles que fumavam apenas maconha não apresentavam um risco semelhante.
Já um estudo longitudinal liderado por pesquisadores da Escola de Saúde Pública do Colorado examinou a relação entre o uso vitalício de maconha e a função respiratória em uma coorte de 2.300 indivíduos de 40 a 80 anos.
Os resultados revelaram que tanto maconheiros recentes quanto antigos tinham uma função pulmonar mais saudável em comparação aos não usuários.
Além disso, não foi encontrada associação entre o uso de maconha e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Fumaça de maconha é menos prejudicial
Recentemente, especialistas em saúde publicaram um estudo na revista “Chronic Obstructive Pulmonary Diseases”, afirmando que fumar maconha, tanto no passado quanto no presente, não estava associado a evidências de progressão ou desenvolvimento de DPOC.
Eles concluíram que a história de uso de maconha, mesmo em quantidades acumuladas ao longo da vida, não causou um impacto significativamente prejudicial na progressão da doença.
Embora estejamos longe de um consenso científico sobre o tema, não é errado dizer que as pessoas que fumam apenas maconha estão expostas a menos toxinas e agentes cancerígenos em comparação com fumantes de cigarros de tabaco.
Compensação de danos
Há inclusive pesquisadores que levantam a hipótese de que os efeitos anticancerígenos dos canabinoides possam compensar parte dos danos associados à inalação da fumaça.
Apesar disso, é importante notar que a exposição à fumaça da erva não é completamente inócua. Assim como qualquer fumaça, ela possui toxinas e partículas irritantes que podem desencadear aumento da produção de muco e inflamação, como bronquite.
Para saber mais sobre redução de danos no uso de maconha, clique aqui.
*Por: Redação Maryjuana