Antes de uma substância virar componente de um remédio, pesquisadores precisam avaliar, através de uma série de experimentos científicos, quais são os riscos que ela pode oferecer à saúde. Recentemente, pesquisadores brasileiros verificaram se o CBD possui efeito tóxico e teratogênico. Os resultados são animadores 🙂
No processo de desenvolvimento de um medicamento, o princípio ativo com potencial medicinal deve ser estudado para verificar se é eficaz e seguro para ser consumido pelas pessoas. Antes de estes parâmetros serem avaliados em humanos, é necessária a realização de pesquisas pré-clínicas, utilizando técnicas in vitro e in vivo. Se tudo ocorrer bem, o princípio ativo passa para uma outra fase de avaliação: os ensaios clínicos em seres humanos.
A maconha é uma planta que possui diversas substâncias com propriedades medicinais, sendo o canabidiol (CBD) a principal delas. Estudos já evidenciaram que o CBD possui efeito antiepilético, antipsicótico e ansiolítico, e é um forte candidato a compor um medicamento de grau farmacêutico no futuro.
Recentemente, pesquisadores brasileiros publicaram um artigo no qual relatam experimentos realizados com Zebrafish (Danio rerio) com o objetivo de verificar se o CBD possui efeito tóxico ou teratogênico.

Embriões de Zebrafish (Danio rerio) com três dias de idade (Foto de Steven J. Baskauf).
No estudo, foram utilizados embriões de Zebrafish, cujo comportamento durante o desenvolvimento é utilizado como ferramenta para avaliar a neurotoxicidade e teratogenicidade de substâncias. Os embriões foram colocados em microplacas contendo uma solução de CBD e foram observados quanto à letalidade, morfologia e comportamento.
Os pesquisadores observaram que o CBD modula a atividade motora dos embriões de Zebrafish, que se tornam hiperativos na presença do fitocanabinoide. Porém, a exposição ao CBD não se mostrou tóxica e nem induziu malformações nos embriões, resultados que indicam a segurança da substância e dão ainda mais suporte ao desenvolvimento de medicamentos com este derivado da maconha.
*Por Lia Esumi: Bióloga, MS/PhD em Psicologia e colaboradora do Maryjuana.