Antes de uma substância virar componente de um remédio, pesquisadores precisam avaliar, através de uma série de experimentos científicos, quais são os riscos que ela pode oferecer à saúde. Recentemente, pesquisadores brasileiros verificaram se o CBD possui efeito tóxico e teratogênico. Os resultados são animadores 🙂
No processo de desenvolvimento de um medicamento, o princípio ativo com potencial medicinal deve ser estudado para verificar se é eficaz e seguro para ser consumido pelas pessoas. Antes de estes parâmetros serem avaliados em humanos, é necessária a realização de pesquisas pré-clínicas, utilizando técnicas in vitro e in vivo. Se tudo ocorrer bem, o princípio ativo passa para uma outra fase de avaliação: os ensaios clínicos em seres humanos.
A maconha é uma planta que possui diversas substâncias com propriedades medicinais, sendo o canabidiol (CBD) a principal delas. Estudos já evidenciaram que o CBD possui efeito antiepilético, antipsicótico e ansiolítico, e é um forte candidato a compor um medicamento de grau farmacêutico no futuro.
Recentemente, pesquisadores brasileiros publicaram um artigo no qual relatam experimentos realizados com Zebrafish (Danio rerio) com o objetivo de verificar se o CBD possui efeito tóxico ou teratogênico.
No estudo, foram utilizados embriões de Zebrafish, cujo comportamento durante o desenvolvimento é utilizado como ferramenta para avaliar a neurotoxicidade e teratogenicidade de substâncias. Os embriões foram colocados em microplacas contendo uma solução de CBD e foram observados quanto à letalidade, morfologia e comportamento.
Os pesquisadores observaram que o CBD modula a atividade motora dos embriões de Zebrafish, que se tornam hiperativos na presença do fitocanabinoide. Porém, a exposição ao CBD não se mostrou tóxica e nem induziu malformações nos embriões, resultados que indicam a segurança da substância e dão ainda mais suporte ao desenvolvimento de medicamentos com este derivado da maconha.
*Por Lia Esumi: Bióloga, MS/PhD em Psicologia e colaboradora do Maryjuana.