Confira os resultados de um dos primeiros estudos do mundo a explorar os hábitos de consumo de maconha entre a comunidade LGBTQ+.
Publicado na revista Drug and Alcohol Dependence, um novo estudo analisa as diferenças com que gays, lésbicas e bissexuais consomem maconha. Os resultados foram comparados com dados apurados entre pessoas heterossexuais.
Uma das pioneiras no mundo a mensurar os hábitos de consumo de maconha na comunidade LGBTQ+, a pesquisa foi coordenada por cientistas da Escola de Saúde Pública da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
Com base em dados do levantamento nacional sobre saúde e uso de drogas realizado entre 2015 a 2017 nos EUA, os autores identificaram hábitos de consumo de maconha, dividindo as informações conforme critérios de gênero e sexualidade.
Mulheres
O consumo de maconha em 2018 foi de 10% entre as mulheres heterossexuais, 26% entre lésbicas e 40% entre mulheres bissexuais.
A taxa de uso diário foi menor entre as mulheres heterossexuais (1,5%) em comparação às lésbicas (6%) e bissexuais (10%). Padrões semelhantes surgiram para o transtorno de uso de maconha no ano passado.
Homens
O estudo encontrou tendências semelhantes entre o grupo de homens LGBTQ+.
O número de homens bissexuais e gays que consumiram mais maconha em 2018 corresponde a quase o dobro dos héteros.
Comparado aos homens heterossexuais (17%) o consumo de maconha no ano passado foi maior entre homens bissexuais (30%) e gays (29%).
O uso diário de maconha entre os homens foi mais alto entre os bissexuais (9%), seguido pelos gays (7%) e heterossexuais (4%).
O consumo de maconha medicinal no ano passado foi de 2% entre homens heterossexuais, 5% entre homens gays e 4% entre homens bissexuais.
“Nossos resultados apoiam a literatura existente, demonstrando que as mulheres bissexuais têm maior chance de sofrerem com transtornos por uso de maconha do que as mulheres heterossexuais. Isso faz parte de um ônus maior à saúde, já que as mulheres bissexuais têm duas vezes mais chances de ter distúrbios de saúde mental e uso de substâncias concomitantes, mas frequentemente têm pouco contato com os provedores de serviços “, observou Morgan Philbin, uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo.