Morreu nesta quarta, dia 3/6, a atriz Maria Alice Vergueiro, aos 85 anos.
A atriz estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas, em São Paulo, em estado grave desde a última sexta, dia 29, para tratar de uma pneumonia broncoaspirativa.
— É triste porque é muita gente importante na história do teatro indo embora ao mesmo tempo. Maria Alice era uma luz muito forte para nós artistas que não somos “mainstream”, que não seguimos carreira na televisão, e, sim, por uma área de pesquisa teatral. Ela mostrava para nós que era possível seguir essa trajetória de maneira digna — destaca Ivam Cabral, dramaturgo e integrante do grupo Satyros.
Maria Alice nasceu em São Paulo em janeiro de 1935, formou-se em pedagogia e chegou a ser professora universitária, mas foi nos palcos, no cinema e na televisão que construiu uma extensa carreira.
Carreira
Estreou no teatro em 1962 em “A mandrágora”, de Augusto Boal. Em seus mais de 50 anos de profissão, integrou grandes grupos de teatro brasileiro, como o Teatro de Arena, o Teatro Oficina e o Teatro do Ornitorrinco, de que foi uma das fundadoras ao lado de Cacá Rosset e Luiz Roberto Galízia.
Maria Alice Vergueiro atuou em alguns dos mais importantes e instigantes espetáculos da cena paulistana nos últimos 40 anos. Entre eles: “O rei da vela”, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, que veio a se transformar em filme; “Mahagony Songspiel (Cacá Rosset)”, e “Electra Com Creta, Katastrophé” (Rubens Rusche). Ficou conhecida no teatro paulistano como “dama do underground” ou “velha dama indigna”.
No Teatro Ornitorrico também foi assistente de direção na peça Cacá Rosset em “Sonho de uma noite de verão”. Em 1992, atuou e dirigiu o espetáculo “O amor de Dom Perlimplim com Belisa em seu jardim” (Federico Garcia Lorca). Em 1995, dirigiu a peça “Quíntuplos”. Em 2002, já afastada do grupo, adaptou “Mãe coragem”, no qual atuou sob a direção de Sérgio Ferrara ao lado de Rubens Caribé, José Rubens Chachá e outros.
Em 1987, quando interpretou a Lucrécia na novela “Sassaricando”, contracenou com um núcleo de atores e atrizes de trajetória teatral, entre os quais Ileana Kwasinski, Jandira Martini e Paulo Autran.
Tapa na Pantera
Em 2006, Maria Alice Vergueiro ficou mais conhecida pelo curta-metragem de ficção “Tapa na pantera”, dirigido por Esmir Filho, Mariana Bastos e Rafael Gomes. No filme, um dos primeiros vídeos virais do Brasil, interpreta uma senhora que fuma maconha há trinta anos e fala sobre suas experiências com a droga. O personagem foi criado pela própria atriz. O curta fez sucesso na internet em menos de uma semana após ter sido posto no site YouTube.
Assista:
Em 2016, protagonizou o curta-metragem Rosinha, dirigido por Gui Campos. O filme recebeu mais de 40 prêmios nacionais e internacionais, inclusive o Prêmio Especial do Júri no 44º Festival de Gramado.
*Fonte: Extra
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