No início da semana, o Departamento de Saúde Pública do Colorado, nos Estados Unidos, divulgou um extenso relatório sobre as relações entre maconha e saúde.
Com 188 páginas, o documento inclui praticamente tudo: desde o efeito da erva sobre os motoristas, os riscos de asma, as taxas de câncer e possíveis defeitos de nascimento decorrentes do uso da cannabis. Não se tratam de estudos inéditos, mas sim de uma ampla revisão do que os autores chamam de “estudos limitados” já existentes.
O levantamento foi encomendado pelos legisladores estaduais. Um grupo de médicos se reuniu durante vários meses para compilar a pesquisa, que foi entregue aos parlamentares na semana passada.
O relatório analisa, entre outros, dados que apontam o risco dobrado de acidentes com veículos motorizados conduzidos por pessoas que fumaram maconha recentemente.
Confira outras observações um tanto quanto preocupantes – mas não definitivas – feitas pelos médicos:
– Em adultos, o uso pesado de maconha está associado a lapsos de memória, que podem persistir por uma semana ou mais após cessar o consumo;
– O uso materno de maconha durante a gravidez está associado a efeitos negativos sobre o feto, que pode apresentar diminuição na capacidade acadêmica, função cognitiva e atenção;
– O uso regular da erva por adolescentes está fortemente associado ao desenvolvimento de sintomas psicóticos e transtornos como a esquizofrenia na idade adulta;
Os médicos sugeriram investimentos em educação adicional sobre os efeitos da maconha sobre a saúde, solicitando novas pesquisas sobre a forma como as pessoas utilizam a erva.
Além disso, os autores observaram que há muitos dados inconsistentes e que necessitam de investigação mais detalhada, algo que a proibição sempre impediu, atrasando o passo da ciência.
Clique aqui para ler o relatório na íntegra.