Não faz muito tempo, eu fiz uma reportagem sobre a História da maconha no Brasil e constatei a dificuldade em levantar informações sobre o passado distante da erva no país. Apesar de obras clássicas como a coletânea Diamba Sarabamba e textos esparsos de estudiosos como Henrique Carneiro e Elisaldo Carlini, a bibliografia sobre cannabis ainda é um tanto quanto escassa por aqui.
Daí vem a importância de obras como a recém-lançada “História da Maconha no Brasil”, assinada pelo historiador Jean Marcel Carvalho França, da Unesp em Franca (SP). No livro, editado pelo selo Três Estrelas, do Grupo Folha, ele reforça a ideia de que a cannabis faz parte da cultura brasileira.
Além disso, o autor corrobora o fato de que, através da influência de figuras nefastas como a do Dr. Rodrigues Dória, o Brasil também teve papel fundamental para a proibição global da planta.
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Sinopse:
O livro traça os caminhos percorridos pela Cannabis sativa no país, desde que, por volta de 1770, o vice-rei ordenou que se cultivasse o cânhamo para a produção de cordas e velas navais. O empreendimento não deu certo, mas, por todo o Brasil, prosperou o cultivo da planta para uso recreativo – aqui introduzido por marinheiros portugueses, conhecedores e consumidores do bangue da Índia, e por escravos africanos, herdeiros do gosto pelo haxixe dos povos da Península Arábica. No começo do século xx, ações severas de criminalização do canabismo ganharam corpo no Brasil. Gradativamente, porém, o outrora denominado “ópio do pobre” começou a se espalhar pelas classes sociais mais abastadas e acabou se transformando em instrumento de contestação social. Para o autor, a sociedade vem deixando de considerar o canabismo um vício maldito para passar a encará-lo como um hábito privado e socialmente aceitável e a enxergar na Cannabis uma planta repleta de potencialidades econômicas.
*Imagem de abertura: GigantePoa