Em “Diamba: Histórias do Proibicionismo no Brasil”, o cartunista Daniel Paiva ilustra alguns dos principais fatos e personagens da história da maconha (e de sua proibição) no país.
Lançada no dia 7 de setembro durante a Bienal de Quadrinhos de Curitiba, a obra consiste em um “documentário em quadrinhos”, como define Daniel Paiva.
Fruto de intensas pesquisas, Diamba reúne um compilado de informações de extrema relevância para quem deseja compreender as raízes do preconceito contra a cannabis no Brasil.
Tudo isso, é claro, com o estilo divertido e chapante tão peculiares ao autor, um dos mais antigos e lendários colaboradores do Maryjuana.
Pesquisa intensa
A história em quadrinhos “Cannabis, a Ilegalização da Maconha nos Estados Unidos”, de Box Brown, serviu como inspiração para Paiva criar uma HQ que retratasse a origem da proibição da maconha em terras brasileiras.
Levando em conta que a história do Brasil consegue ser ainda mais racista em relação à proibição da maconha, o autor precisou investir em uma pesquisa minuciosa para desenvolver o seu livro.
Mais do que intenso, o levantamento histórico estendeu-se por toda a fase de criação da obra, que levou pouco mais de dois anos.
“Fiz diversas alterações no roteiro ao longo do tempo, pois a pesquisa era contínua e sempre surgia alguma nova informação “, conta Paiva.
A partir de uma notícia de jornal, que contava sobre um jovem preso apenas por estar usando um boné estampado com a folha da cannabis, Daniel inicia a narrativa descontínua, partindo de uma dura da polícia em uma favela, costurada por letras de músicas, onde flashbacks conduzem o leitor por diversos fatos históricos desde os primeiros registros do uso da maconha na China antiga até chegar ao proibicionismo do século XX, à Guerra às Drogas e à dicussão da legalização das drogas nos dias de hoje.
O quadrinho traz também vários casos ocorridos em decorrência da proibição, como as prisões de artistas como Gilberto Gil, Rita Lee e a banda Planet Hemp.
Também conta sobre o surreal Verão da Lata, em 1987, quando um navio derramou vinte e duas toneladas de latas de maconha no litoral brasileiro. E o Verão do Apito, em 1996, quando os banhistas do Posto 9, em Ipanema, usaram apitos para avisar aos fumantes que a polícia estava se aproximando.
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*Por: Redação Maryjuana