As propriedades medicinais da maconha mostram-se mais versáteis a cada dia que passa. Segundo estudo da Washington State University, dos Estados Unidos, o uso de cannabis está associado a menor incidência de infecções intestinais causadas por vermes.
Conduzido pelo antropólogo Ed Hagen, o levantamento foi feito a partir de observações feitas junto aos membros da tribo africana Aka, conhecidos por serem uma das últimas comunidades com pouca – ou nenhuma – influência da cultural e hábitos ocidentais. Os resultados foram publicados American Journal of Human Biology no início de junho.
A correlação entre uso de maconha e menor incidência de verminoses surgiu a enquanto os pesquisadores buscavam avaliar o uso medicinal de plantas pela tribo ancestral. “Da mesma maneira que temos paladar para o sal, parece que temos também o gosto por toxinas de plantas psicoativas, capazes de matar parasitas”, declarou Hagen.
Num estudo anterior, também com os Aka, Hagen já havia descoberto que os fumantes de tabaco eram os que menos contraíam vermes do tipo helmintos na tribo.
Não se sabe ao certo quando os Aka tiveram o primeiro contato com a maconha, mas Hagen afirma que não foi antes do século 17, data do início da colonização européia na África.
Atualmente, o uso da erva é comum na tribo. Ao entrevistarem 400 adultos ao longo da região do rio Lobaye, no Congo, os cientistas depararam-se com 70% dos homens e 6% das mulheres que consumiram maconha.
A pesquisa incluiu exames toxicológicos entre os homens, comprovando a presença de THCA, indicando que pelo menos 68% deles tinham fumado maconha recentemente.
Já as amostras dos exames de fezes mostraram que os maconheiros da tribo eram menos afetados por vermes do que aqueles que não utilizaram a erva.
*Fonte: Phys
*Foto do homem Aka e filho: Trevor Davies
