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Maconha: conheça os riscos e reduza os danos

A cannabis contém um vasto leque de utilidades, que vai de rituais xamânicos até a simples recreação. Esta diversidade de utilidades fez com que a erva fosse muito apreciada em todo o planeta. Embora quase inofensivo, o uso da maconha necessita de alguns cuidados para que se possa aproveitar ao máximo apenas a sua parte boa.

Existem infinitas maneiras de se reduzir danos, em todas as áreas imagináveis. Uma vasta gama de idéias podem ser aplicadas na política, na economia e na educação. Ações podem ser executadas na esfera dos Direitos Humanos, buscando exercer o direito à saúde e o direito à cidadania.

A redução de danos é um novo paradigma que envolve prevenção, tratamento, controle e estratégias que buscam minimizar os danos sociais e à saúde. Tais estratégias visam o uso consciente, de modo que se possa ter um maior aproveitamento do tempo.

Cada indivíduo tem uma percepção diferente quanto às tarefas que são agradáveis de serem executadas sob o efeito da maconha e também as que não combinam com ela.

A maconha é mal vista por alguns, pois altera momentaneamente o funcionamento cerebral e, consecutivamente, a percepção dos sentidos. Desde que foi proibida, os conservadores utilizam a publicidade enganosa para prejudicar as pessoas adeptas da cultura canábica. Uma geração cresceu vendo propagandas enganosas na TV e ouvindo papo furado de indivíduos desinformados.

Hoje sabemos que a maconha é um neuroproteror, mas crescemos ouvindo que ela destruía os neurônios. Essa publicidade manipulada mantém vigentes as leis proibicionistas, que estão prejudicando o usuário ao obrigá-lo a comprar um produto do tráfico e a consumir um prensado paraguaio de péssima qualidade, expondo seu sistema respiratório a fungos e produtos químicos. 

O auto-cuidado com a saúde é fundamental. Os aparelhos digestivo e respiratório são agredidos por qualquer tipo de fumaça, e pequenas feridas causadas por essas agressões podem evoluir para quadros mais sérios; portanto, todo cuidado é pouco. Quanto mais quente a fumaça, pior é para o organismo. O monóxido de carbono pode transformar esta erva medicinal em algo prejudicial.

Alguns dispositivos buscam solucionar este problema, como os bongs e os vaporizadores. Bongs são purificadores que fazem a fumaça passar pela água, resfriando-a e amenizando o seu contato com o sistema respiratório. Vaporizadores são aparelhos que evaporam a resina de cannabis, anulando os malefícios da carburação.

Indivíduos com propensão a distúrbios mentais e emocionais não devem fazer uso da cannabis, pois como ela é uma grande lente de aumento para todos os fenômenos, os problemas tendem a parecer maiores.

O controle é a chave. Saber qual é a dose correta é fundamental. Quando inalado, consegue-se saber com facilidade qual é a dose apropriada. O próprio usuário deve identificar qual é o momento para o uso, de modo que não atrapalhe outras atividades.

A repressão e a proibição trazem cada vez mais danos à sociedade. Que os debates sejam claros e livres de preconceitos. Gozar de uma saúde plena é direito de todos; nossa única preocupação é a integridade do ser humano.

As questões sociais não podem ser banalizadas, nem deixadas em segundo plano. O nosso problema não é a substância, mas sim a proibição dela, o que desencadeia uma guerra que gasta milhões dos cofres públicos, marginaliza os cidadãos e fomenta o tráfico.

*Por Rodrigo Filho∴, escritor e ativista

**Foto: Chuck Grimmett/flickr

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2 Responses

  1. Denys

    O maior risco é a irresponsabilidade no uso, pois usuário que se preza sabe controlar os impulsos para curtir melhor sua fumaça. Saudações!

  2. Henrique Grower

    Adorei essa publicação,pois a cannabis deve ser consumida com responsabilidade. Seria legal ver uma publicação mais aprofundada sobre sobre bongs, vaporizadores e etc.

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