Ao encerrarmos o ano de 2023, é inevitável refletir sobre a jornada que o Maryjuana percorreu ao longo desses últimos 12 meses. Um trajeto marcado por desafios, conquistas e, acima de tudo, um renovado compromisso com a causa que temos abraçado com fervor há anos: a descriminalização e desmistificação da cannabis.
Desde 2012, quando iniciei minha trajetória no jornalismo canábico com o lançamento do Maryjuana, meu propósito sempre foi claro: produzir conteúdo sobre uma planta proibida e seus usuários, muitas vezes marginalizados. Mais do que informar, cada peça produzida por nós até teve como objetivo desafiar estigmas e combater preconceitos enraizados.
Em 2023, testemunhamos progressos notáveis nas políticas canábicas em alguns países, mas também presenciamos retrocessos em diversos lugares, alimentados pelos estigmas e hipocrisias de sempre.
No Brasil, lamentavelmente, persiste uma política de drogas ultrapassada e ineficaz. Enquanto a judicialização e os privilégios cercam o uso medicinal da planta, ela permanece proibida para o cidadão comum.
MUITO ALÉM DA BRISA: CANNABIS COMO PROPÓSITO
Para mim, a cannabis vai além de uma mera paixão, hobby ou negócio. Ela é, indiscutivelmente, parte de um propósito de vida. Uma luta que transcende a busca pela descriminalização, atingindo os fundamentos da natureza e da justiça social. Em uma sociedade ainda permeada por resquícios de racismo, a criminalização da cannabis reflete uma abordagem cruel e desigual que precisa acabar.
No âmbito pessoal, a maconha sempre representou mais do que uma simples brisa. Além de colaborar para o alívio de diversas dores físicas e mentais, a planta sempre me proporcionou amizades e contatos incríveis com pessoas de todo o mundo, pois a ganja conecta.
A cannabis não é apenas uma planta; é um catalisador para mudanças individuais e sociais significativas, uma facilitadora da cura e um meio de conexão com a natureza que nos cerca.
A proibição persiste, assim como nossa determinação em desmantelar estigmas e construir um diálogo aberto sobre a verdadeira essência dessa divina (e feminina) flor.
Ao celebrarmos o final deste ano, renovo nosso compromisso de trazer informação, conscientização e, acima de tudo, empatia para todos que buscam entender a cannabis para além dos estigmas sociais.
Em 2024, o Maryjuana continuará desafiando normas e construindo pontes entre o conhecimento científico, a cultura e o senso comum, porque falar sobre cannabis é mais do que uma missão; é o nosso propósito!
Por Mônica Pupo, fundadora e editora do Maryjuana