Estudo recém-lançado pretende esclarecer uma situação clássica: a mesma maconha que causa paz e eufora em alguns, também pode desencadear paranoia e bad trip em outros.
Dispostos a averiguar a causa dos “efeitos psicológicos divergentes” causados pela maconha, uma equipe de cientistas da Western University, em Ontário, no Canadá, realizou uma série de testes com camundongos.
Ao que tudo indica, as reações psicológicas à erva variam de acordo com qual parte do cérebro do indivíduo é mais sensível (ou não) ao tetraidrocanabinol (THC).
Segundo os resultados do estudo, caso a pessoa tenha mais sensibilidade ao THC na parte frontal do cérebro, a erva desencadeará efeitos recompensadores, incluindo sentimentos de tranquilidade, alegria e redução da ansiedade.
A bad trip tende a aparecer em usuários que possuem maior sensibilidade ao canabinoide na parte posterior do cérebro, resultando em sentimentos de paranoia e medo.
Dr. Steven R. Laviolette, PhD, um dos autores da pesquisa, declarou “não se sabe muito sobre o porquê de tais diferenças em resposta ao THC”. “Sabemos muito sobre os efeitos a longo e a curto prazo, mas há muito pouco conhecimento sobre as áreas específicas do cérebro responsáveis pelo controle independente desses efeitos”.
Um marco na ciência sobre os canabinoides, o estudo em questão contrapõe outros trabalhos anteriores, incluindo uma pesquisa de Oxford de 2014, o qual sugere que características como a baixa auto-estima podem estar por trás de efeitos negativos associados à maconha.
De acordo com o novo estudo canadense, a “bad trip” canábica é uma reação que está além do controle dos indivíduos – e poderia se basear mais na genética do que em características psicológicas.
“Uma vez que descobrimos quais vias moleculares estão causando esses efeitos em diferentes áreas, a longo prazo podemos trabalhar na modulação de formulações de THC para que elas não ativem esses caminhos específicos”, explicou Laviolette em entrevista ao Yahoo Lifestyle.