Estudo sugere que canabinoides podem atenuar os sintomas fatais da COVID-19
Pesquisadores canadenses sugerem que certas extrações de canabinoides podem ajudar a reprimir uma resposta do sistema imunológico ao COVID-19 que se mostrou fatal em alguns pacientes, segundo reportagem publicada no site Ganjapreneur.
O estudo foi publicado como uma pré-impressão, o que significa que ainda não foi revisado por outros cientistas.
Pesquisadores do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade de Lethbridge, em parceria com a Pathway RX – empresa com o objetivo de desenvolver tratamentos com cannabis – sugerem que certas variedades da erva demonstram o potencial de reprimir o sistema imunológico em meio à tempestade de citocinas que ocorre em alguns pacientes com COVID-19 e leva à síndrome do desconforto respiratório.
O estudo consiste numa atualização das descobertas dos pesquisadores, publicadas em abril, que revelaram que os extratos de THC e CBD podem ajudar a impedir que o coronavírus se espalhe para infectar humanos.
Segundo a Dra. Olga Kovalchuk, autora dos dois estudos, a nova pesquisa “identificou três extratos que são muito, muito boas estirpes” e os pesquisadores no total “têm cinco estirpes nas quais poderíamos formular um ensaio clínico no momento”.
As cepas específicas identificadas pelos pesquisadores parecem controlar a resposta imune, trabalhando para evitar a tempestade de citocinas, mantendo algumas das moléculas necessárias para combater o vírus.
Kovalchuk diz que os extratos atuam através do sistema endocanabinoide, que regula muitas das respostas do corpo e possui receptores que se ligam aos canabinoides encontrados naturalmente na planta.
Em seu estudo inicial, os cientistas não consideraram os extratos de maconha como uma cura para o vírus, mas sugeriram que eles poderiam ser usados como uma “terapia adjunta” no combate à disseminação do COVID-19.
A pesquisa atualizada sugere que os extratos de cannabis podem ser utilizados terapeuticamente em pacientes que sofrem da síndrome do desconforto respiratório relacionado ao coronavírus.
O novo estudo está passando por uma revisão por pares, mas está disponível como uma pré-impressão na Research Square.
A equipe indicou que o próximo passo para o estudo é um ensaio clínico. Os pesquisadores disseram que estão buscando parcerias e apoio para realizar um estudo de controle randomizado adequado para verificar se a adição desses extratos diminui a gravidade da pneumonia por COVID-19 e a tempestade de citocinas.
Na semana passada, a FSD Pharma, sediada na Filadélfia, na Pensilvânia, recebeu permissão da Food and Drug Administration para enviar um pedido investigativo de novos medicamentos para um ensaio clínico usando um medicamento à base de canabinoide sintético chamado palmitoiletilamida ultramicronizada (micro PEA) para tratar a COVID-19.
O co-presidente executivo e CEO da FSD, Raza Bokhari, disse que o canabinoide pode mitigar a tempestade de citocinas. Atualmente, o FSD está conduzindo um ensaio clínico de Fase 1 na Austrália.
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