Protagonista de um dos casos mais insólitos da (in)Justiça brasileira, Ras Geraldo sai da cadeia após seis anos e sete meses de reclusão.
Flagrado com 37 pés de maconha em 2012, Geraldo Antonio Baptista – também conhecido como Geraldinho Rastafári ou Ras Geraldinho – deixou a prisão no fim de março, segundo informações do jornal O Liberal.
O líder religioso cumpre pena de 14 anos e dois meses de prisão, imposta pela Justiça de Americana (SP). Enquadrado como traficante, ele precisou cumprir mais de dois quintos dessa sentença no regime fechado antes de iniciar a progressão de regime.
No fim de março, após ter atestada a boa conduta carcerária, Ras Geraldo foi autorizado pela VEC (Vara de Execuções Criminais) de Campinas a passar para o regime semi-aberto.
Ele também foi condenado, em janeiro do ano passado, a mais oito anos e dois meses de prisão em outra ação
por tráfico. Nesse caso, como não houve flagrante, é possível recorrer em liberdade.
Detido em agosto de 2012, Geraldinho é o fundador da Primeira Igreja Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil, que prega a crença rastafári.
Ao longo do processo, o Ministério Público sustentou a tese de que a igreja servia de “fachada” para a venda de drogas, que para se tornar um frequentador era preciso contribuir mensalmente com a instituição (a exemplo do que fazem a maioria das igrejas por aí, diga-se de passagem!).
Vítima de uma verdadeira perseguição jurídica, Ras Geraldo teve suas próprias testemunhas arroladas como rés no mesmo processo, algo no mínimo inusitado.
O caso segue provocando intensos debates sobre a liberdade religiosa e a urgente necessidade de legalizar a cannabis no Brasil.
Clique aqui para saber mais sobre esse caso.