Sem dúvida vivemos um momento sem precedentes para a reforma da política de drogas em toda a América Latina. Nesta semana, legisladores mexicanos estão nos Estados Unidos discutindo as propostas de legalização da maconha na Cidade do México e em todo o país.
Entre os dias 24 e 26 de março, os senadores Mario Delgado e Vidal Llerenas, ambos do Partido da Revolução Democrática, se desdobrarão entre as cidades de Washington DC e Nova York. com o objetivo de debater as propostas de descriminalização de consumo e venda de maconha medicinal e recreativa no México.
A intenção da visita é fornecer as bases para políticas alternativas à atual abordagem punitiva e repressiva, o que resulta em criminalização generalizada e encarceramento de usuários de drogas no México.
Desde 2006, quando a guerra às drogas foi intensificada no país, pelo menos 80 mil pessoas foram mortas pela violência relacionada com a proibição.
A proposta de legalização surge na esteira das reformas progressistas que estão sendo apresentadas na Cidade do México nos últimos anos. Tratam-se de medidas que ampliam os direitos e liberdades individuais, incluindo a legalização do aborto , o reconhecimento do casamento gay, pensão universal para idosos, entre outras.
Os legisladores mexicanos estão disponíveis para compartilhar com a imprensa norte-americana as motivações por trás desses projetos de reforma da maconha, as mudanças legais e políticas que procuram e como essas medidas se encaixam em um debate mais amplo sobre os efeitos negativos da atual política de drogas em países da América Latina.
A vontade política para uma grande revisão da política mundial das drogas vem ganhando força sem precedentes pelo mundo afora. Distintos líderes , como Kofi Annan, Paul Volcker e Richard Branson se juntaram com os ex- presidentes do Brasil, Chile, Colômbia, Grécia, México, Polônia e Suíça, além de outros membros da Comissão Global sobre Política de Drogas, no debate sobre alternativas à guerra contra as drogas .
Recentemente, os presidentes Juan Manuel Santos, da Colômbia; Otto Perez Molina, da Guatemala e José Mujica, do Uruguai já aderiram a esses pedidos de reforma.
Em maio, a Organização dos Estados Americanos produziu um relatório que sugeriu a legalização da maconha como uma alternativa política provável.
No fim do ano passado, o Uruguai se tornou o primeiro país do mundo a regulamentar legalmente a produção, distribuição e venda de maconha.
Isso sem falar na legalização nos Estados Unidos, que avança a passos largos desde 2012, com a legalização nos estados do Colorado e Washington, entre outros estados que também legalizaram ou estão avaliando a ideia.
* Vi primeiro no site da Drug Police Alliance e traduzi na camaradagem as usual 😛
*Foto: Esparta Palma