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Xandão do Rock: Quando a inspiração e o medicamento vêm do mesmo lugar

Alexandre Reinhart, mais conhecido como Xandão do Rock, tem a maconha como inspiração de suas músicas e o alívio para sua dor crônica.

Alexandre (38 anos) é um paulista atualmente acolhido pela cidade maravilhosa, músico, paciente e ativista. Por conta de uma hérnia de disco, já foi submetido a mais de vinte cirurgias na coluna. Mesmo após as diversas intervenções, o problema estrutural não foi totalmente resolvido e, para piorar, Alexandre ficou com uma sequela permanente: uma lesão na medula espinhal. Por causa do caso médico raro, buscou a ajuda de especialistas da equipe Neurocirurgia da Universidade de São Paulo (USP). E aí, vieram mais cirurgias…

O tipo de lesão nervosa apresentada por Alexandre gera dores de altíssima intensidade que geralmente não são controladas por medicamentos convencionais. Por isso, os médicos inicialmente optaram por implantar um eletrodo medular. Este dispositivo tem o objetivo de anular o sinal doloroso através da emissão de descargas elétricas. Porém, esta abordagem inicial não deu certo. Posteriormente, Alexandre teve outro eletrodo implantado, mas este, diretamente no cérebro.

Além dos eletrodos, Alexandre também foi submetido ao implante de uma bomba de analgésico, isto é, um dispositivo que fica dentro do corpo e que libera o medicamento diretamente no líquor. No caso de Alexandre, o medicamento utilizado é o Fentanyl, um opióide altamente potente e que é uma das principais causas de overdose nos Estados Unidos (clique aqui para saber mais sobre a crise dos opióides). Por isso, a dose de Fentanyl deve ser rigorosamente controlada. E adivinhem o que aconteceu? Por um “errinho” de cálculo dos médicos, Alexandre sofreu uma overdose. Segundo ele, atualmente a dose está controlada.

Xandão do Rock e Lu Cannabier: Sempre juntos e militando!

 

“O Fentanyl, medicamento que quase me matou, é legal no Brasil. A maconha não”.

Ela é medicinal

Em entrevista ao Maryjuana, Xandão do Rock mencionou que há algum tempo já havia percebido que a maconha tem a propriedade de diminuir a frequência de seus picos de dor. Realmente, diversos estudos já evidenciaram que a maconha e derivados têm efeito analgésico e que podem ser utilizados no tratamento de diversos tipos de dor crônica (1, 2, 3, 4, 5).

Porém, foi somente em uma viagem à Europa que fez junto com sua namorada – a também ativista Lu Cannabier – que Alexandre deu conta do verdadeiro potencial medicinal da maconha. Em sua passagem por Amsterdam consumiu produtos ricos em Canabidiol (CBD), um fitocanabinóide com diversas propriedades medicinais e que é raridade na maconha prensada do Brasil. Alexandre relatou que a melhora das dores foi notável.

Atualmente, Alexandre se consulta com o neurologista Eduardo Faveret, especialista em maconha medicinal, e que receitou medicamentos à base de maconha ricos em CBD para otimizar o tratamento da dor. Além disso, Alexandre também já entrou com uma ação judicial para poder plantar e produzir seu próprio remédio.

A melhora de Alexandre promovida pela maconha medicinal o impulsionou para a militância canábica e que se materializou na forma de música! Hoje, Alexandre luta a favor da legalização, pelo fim da guerra às drogas, e pelo o direito de usar a maconha como medicamento.

Confira abaixo “Ela é medicinal” por Alexandre Reinhart, o Xandão do Rock!

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