No mercado atual, existem muitos nomes de strains canábicas para poucas variedades genéticas de fato, sugere estudo recente feito nos Estados Unidos.
Basta uma breve passada de olhos por qualquer catálogo de banco de sementes para concluir que existem centenas – se não, milhares – de strains canábicas.
No entanto, parece que essa ampla variedade de genéticas ofertadas no mercado não significa muita coisa, já que parece não existir grandes diferenças entre as cepas, conforme sugere estudo publicado em setembro na revista Cannabis and Cannabinoid Research.
Segundo os pesquisadores, “a variabilidade muito limitada nos perfis químicos mostra que a maioria dessas strains, embora nomeadas de forma diferente, são quase iguais ou pelo menos muito semelhantes”.
Metodologia
O levantamento envolveu mais de 2.600 amostras de flores de maconha, que totalizaram 396 strains. Os dados foram coletados em Nevada, entre janeiro de 2016 até junho de 2017, quando o estado norte-americano contava apenas com um programa de uso medicinal da erva.
Os cientistas avaliaram os perfis químicos através de testes de laboratório, analisando a composição de canabinoides e terpenos de cada amostra.
Ao analisar os perfis de canabinoides, 93% das amostras poderiam ser reunidas em um mesmo grupo (de um total de três grupos).
Resultados
Em relação aos terpenos, os pesquisadores também distinguiram três diferentes padrões, representando 59%, 33% e 8% de todas as amostras – ou seja, mirceno, terpinoleno e limoneno, respectivamente.
Os pesquisadores também coletaram amostras representativas do DNA das strains canábicas e encontraram 12 traços genéticos distintos.
“Ao analisar os dados dos testes químicos usando uma variedade de métodos estatísticos, descobrimos que havia surpreendentemente pouca variabilidade nos perfis químicos entre as 2.662 amostras de flores secas”, aponta o estudo.
Em relatório posterior, os autores afirmaram que, ao olhar para a composição dos canabinoides, “exceto para as poucas amostras com alto teor de CBD, todas as amostras continham uma quantidade muito alta de THC – acima de 22%, em média – e quantidades muito pequenas de outros canabinoides”.
Eles afirmaram ainda que a composição de terpenos “é muito mais indicativa da origem e do histórico genético da strain do que o perfil de canabinoides”.
Falsa sensação de diversidade
A falta de padronização dos nomes das cepas de maconha “cria uma situação confusa para os pacientes, que dependem das identificações e dados de potência nas embalagens”.
“Além disso, os 396 nomes de amostra relatados pelo criador dentro deste conjunto implicam em uma falsa sensação de diversidade de produtos nos dispensários de Nevada ”, relataram os pesquisadores na conclusão do artigo.
“Se os nomes comerciais tiverem relação pouco consistente com o genótipo ou fenótipo químico, então eles não devem ser a base primária fornecida aos pacientes para a tomada de decisão.”