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O que é prensado? Tudo o que você sempre quis saber sobre maconha prensada

Tipo de maconha mais comum no Brasil, o prensado nada mais é do que a cannabis processada de forma duvidosa, o que impacta no aspecto e qualidade da erva.

Não há como negar: além dos pretos e pobres, quem também paga o preço da criminalização da maconha no Brasil são os usuários.

Sem regulamentação, o acesso à cannabis no país ocorre por vias ilícitas, em um esquema cruel onde o que menos importa é a qualidade.

Mas, afinal de contas, o que é prensado?

Comum em contextos onde a cannabis é ilegal, o prensado surge da necessidade de compactar volume e baratear os custos com produção e transporte da erva.

Ao prensar as flores, galhos e folhas da planta, o volume diminui consideravelmente, garantindo maior discrição na hora de esconder os “tijolos” de maconha em meio a outras cargas.

No Brasil, a maioria do prensado em circulação é proveniente de cultivos ilegais localizados no Paraguai.

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Qualidade do prensado

Embora a maconha prensada esteja quase sempre associada à má qualidade e risco de maiores danos à saúde, existem exceções à regra.

É possível, sim, encontrar prensado de boa qualidade (eu mesma já vi umas 3 vezes na vida), mas isso infelizmente está longe de ser o padrão.

Foto: Royal Queen Seeds

Pelos rincões do Brasil, o que predomina é uma erva prensada de aspecto seco e amarronzado, misturada a galhos, sementes e resquícios de folhas (isso sem falar no iminente risco de mofo).

Exceto pela região Nordeste – onde enfrenta a concorrência do “soltinho” local – o chamado “pren” é praticamente onipresente nas rodas de maconheiros do país.

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Como é feito o prensado?

Durante a fase de crescimento, as plantas que serão posteriormente prensadas se desenvolvem normalmente em fazendas ao ar livre (modalidade chamada de cultivo outdoor).

O problema começa na fase da colheita. A depender da fazenda responsável, o processamento das plantas estará sujeito a condições adversas que determinam a qualidade geralmente precária do produto final.

Entre os problemas que podem ocorrer estão: colher as plantas antes ou depois do prazo adequado, secagem inapropriada e contaminação por fungos e insetos.

Sem uma seleção adequada das sementes, muitas vezes plantas macho e hermafroditas podem polinizar as demais, ocasionando flores repletas de sementes e com pouca (ou quase nenhuma) resina.

Por questão de segurança, após serem prensados os “tijolos” de maconha podem ser armazenados em buracos no solo ou em outros esconderijos aleatórios por período indeterminado.

Veja mais detalhes do processamento de cannabis prensada no Paraguai no vídeo abaixo:

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Cheiro de amônia

Não há terpeno que resista a tantas falhas no processamento e conservação. Por isso, a maconha prensada tende a ter um sabor bastante “flat”, sem apresentar complexidade aromática. 

Notas de papelão, carvão e amônia podem se destacar, ao contrário das nuances frutadas, florais e cítricas que caracterizam as flores naturais não prensadas.

Da mesma forma, os canabinoides podem se degradar mais facilmente, impactando nos efeitos do prensado no organismo.

>>Vale lembrar, no entanto, que o cheiro de amônia tão característico deste tipo de maconha não se deve a nenhum tipo de substância adicionada às flores, mas sim ao aroma proveniente da fermentação e decomposição das plantas que não foram propriamente secas e curadas.

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Como identificar a qualidade da maconha prensada

Exemplo de prensado com boa aparência. Foto: Amsterdam Marijuana Seedbank

Aspectos visuais e organolépticos devem ser levados em consideração ao analisar a qualidade do prensado, incluindo:

  • Avalie o aroma em busca de notas naturalmente cítricas e adocicadas;
  • Observe a cor: quanto mais verdinho, melhor;
  • Quanto menos galhos e sementes tiver, melhor;
  • Descarte caso encontre vestígios de mofo, como pontos brancos, ou partes de insetos ou objetos não identificados. São comuns os relatos de usuários que encontram pernas de barata – quando não a barata inteira – prensadas junto com a erva.

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Qual a strain do prensado?

Mapear a genética das plantas prensadas que chegam ao Brasil é algo bastante difícil – para não dizer, impossível.

Uma vez que nem mesmo o mais experiente grower ou laboratório saberá precisar isso com total certeza, o que nos restam são suposições.

Por exemplo, a origem paraguaia leva a crer que a maioria das plantas possui predominância sativa, mais adaptadas às condições climáticas e fotoperíodo da região.

> Falando nisso, aproveite para ler nosso artigo sobre as diferenças entre sativa X indica.

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Como reduzir danos ao consumir prensado

Se muitas vezes o prensado torna-se um “mal necessário” na vida dos maconheiros, é possível ao menos aplacar um pouco dos seus danos à saúde.

O primeiro passo para isso é, sempre que possível, buscar apenas fornecedores de confiança.

Uma estratégia que ajuda a reduzir impurezas consiste em lavar o prensado, mergulhando-o rapidamente em água quente para “soltar” os buds. Depois, basta escorrer a água e deixar a erva secar naturalmente longe dos raios solares.

Na hora de fumar, escolha sedas e piteiras de qualidade. Quem preferir, pode ainda optar por bongs, pipes e vaporizadores para consumir o seu prensadinho.

Que tal uma trilha sonora especial para ouvir degustando um pren? Clica aqui que também temos!

*Por: Equipe Maryjuana

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