Após mais de uma década na prisão, Ross Ulbricht – criador do maior mercado ilícito da dark web – é libertado por Trump.
Ross Ulbricht, o homem por trás do Silk Road, está oficialmente em liberdade. O ex-presidente Donald Trump anunciou no dia 21 de janeiro um perdão total e incondicional ao criador do famoso marketplace da dark web, no qual milhões de dólares em drogas e outros produtos ilícitos foram comercializados via Bitcoin entre os anos de 2011 e 2013.
A decisão, que cumpre uma promessa de campanha de Donald Trump à comunidade libertária, reacende o debate sobre liberdade digital, criptomoedas e políticas de drogas nos Estados Unidos.
(Se você não sabe o que foi o Silk Road, clique aqui e conheça).
Silk Road: um marco no mercado ilícito da internet
Lançado em 2011, o Silk Road operava na dark web usando a rede Tor para garantir anonimato aos seus usuários. Aceitando apenas Bitcoin como pagamento, a plataforma permitiu que mais de 100 mil pessoas comprassem e vendessem drogas, documentos falsificados e outros itens ilegais sem deixar rastros.
O FBI fechou o site em outubro de 2013, após rastrear Ulbricht por meio de um deslize banal: ele usou seu e-mail pessoal em um fórum público. Em 2015, ele foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional, sendo considerado culpado por tráfico de drogas, invasão de computadores e lavagem de dinheiro.
As autoridades alegaram ainda que Ulbricht chegou a encomendar o assassinato de seis pessoas que ameaçavam a operação do Silk Road, embora nenhuma evidência concreta de que os crimes tenham sido cometidos tenha sido apresentada no tribunal.
O perdão de Trump e a reação da comunidade libertária
O perdão a Ulbricht já era esperado desde maio de 2024, quando Trump declarou na Convenção Libertária em Washington, D.C., que comutaria a sentença imediatamente após reassumir o cargo. Em sua rede social, Truth Social, o presidente chamou a sentença de Ulbricht de “ridícula”, alegando que ele foi perseguido por promotores que fazem parte da “armamentização do governo” contra ele próprio.
A mãe de Ulbricht, Lyn Ulbricht, vinha liderando uma campanha para libertar o filho, argumentando que sua sentença foi desproporcional em relação a outros casos de crimes cibernéticos e tráfico de drogas. Segundo ela, seu filho apenas criou um espaço para livre comércio e não poderia ser responsabilizado pelas transações ilegais realizadas por terceiros.
Já os críticos da decisão apontam que o Silk Road facilitou a venda de drogas perigosas, que resultaram em overdoses fatais.
O impacto do caso para o futuro das criptomoedas
A libertação de Ulbricht ocorre em um momento crítico para o mercado de criptomoedas. Durante o governo Biden, houve um endurecimento das regulamentações contra criptoativos, especialmente no combate ao uso dessas moedas para atividades ilegais.
Com Trump sinalizando uma postura mais favorável ao setor, especialistas acreditam que as regulamentações podem ser afrouxadas, incentivando o uso de Bitcoin e outras criptomoedas no comércio digital.
Seja como for, o perdão de Ulbricht marca um novo capítulo na história da internet, da privacidade digital e das políticas de drogas. Para alguns, ele é um visionário da liberdade. Para outros, um criminoso que ajudou a alimentar um mercado sombrio de substâncias ilícitas.
*Por: Redação Maryjuana