Café e maconha formam uma dupla perfeita – e a ciência explica o por que. Saiba como os canabinoides interagem com a cafeína e aprenda a tirar o máximo de proveito dessa combinação!
Degustar um café enquanto se consome as mais finas flores (e/ou seus extratos!) é algo complementar em muitos aspectos.
Além das deliciosas notas aromáticas do café fundirem-se com os terpenos da erva em um plano mais sensorial, existem ainda diversas reações químicas que explicam por que tanta gente (eu inclusa!) adora lançar mão dessa combinação no dia-a-dia.
Se combinados e dosados da maneira certa, a cannabis e o café podem proporcionar ainda mais energia, criatividade e foco, equalizando e harmonizando os efeitos de ambas as plantas.
A ciência por trás das interações entre cannabis & café
Mas o que será que acontece quando combinamos café + cannabis?
Embora os estudos científicos sobre as relações entre café e cannabis sejam escassos justamente devido à proibição da maconha, há algumas referências válidas sobre o tema.
Antes de tudo, vale lembrar que a cafeína presente em uma xícara de café ou chá é considerada uma droga psicoativa potente (talvez mais potente do que o THC, inclusive), com a capacidade de afetar o funcionamento da mente e das emoções.
“A cafeína exerce seus efeitos bloqueando os receptores no cérebro para um neurotransmissor chamado adenosina”, disse Dr. Sergi Ferré – pesquisador sênior do Instituto Nacional de Abuso de Drogas (NIDA) – à revista Live Science.
A adenosina consiste em um neurotransmissor inibitório, que bloqueia outros neurotransmissores de excitação dos neurônios; sua atividade, portanto, gera sensações de fadiga. Dessa forma, ao bloquear a liberação de adenosina, a cafeína altera o humor das pessoas e as deixa mais alertas e despertas.
Café + maconha = prazer em dobro
Dr. Sergi Ferré sabe do que está falando. Ele é autor de um estudo de 2014 que testou os efeitos da mistura de THC com uma substância semelhante à cafeína em macacos-esquilos. Os resultados mostraram que tanto o THC quanto a substância semelhante à cafeína estimularam a produção de dopamina, neurotransmissor responsável pelas sensações de prazer.
Quando os dois compostos foram utilizados em conjunto, a liberação de dopamina também aumentou consideravelmente.
Não por acaso, combinar o estado de alerta proporcionado pelo café com a euforia criativa gerada pela maconha gera um estado prolongado de consciência, inspiração e alegria.
Desfrute ao máximo da combinação de café e maconha com as 5 dicas abaixo:
1- Café? Só se for do bom!
Café é como maconha: depois que você experimenta um “du bão”, fica difícil fumar – ops, tomar – os outros. Sendo assim, invista na qualidade do café que você consome, dando preferência aos chamados “cafés especiais”.
Aqui, aliás, cabe uma explicação sobre a diferença entre cafés especiais X cafés convencionais. Embora o Brasil seja o maior produtor dos melhores cafés do mundo, a maioria das pessoas por aqui ainda é acostumada a beber o chamado café convencional, proveniente de grãos defeituosos e muitas vezes misturados a restos de folhas, galhos e impurezas diversas, que são então torrados a temperaturas altas, resultando numa bebida extremamente amarga e escura.
Já os grãos especiais – ou “tipo exportação” – são o oposto disso tudo. São considerados especiais apenas os cafés 100% arábica que possuem mais de 80 pontos na escala da Specialty Coffee Association (SCA).
De modo geral, os cafés especiais são produtos finíssimos, de qualidade muito superior, que valorizam a qualidade do grãos e atributos sensoriais.
Traçando um paralelo com o universo canábico, os tais cafés convencionais são o “prensado” do rolê. Apenas evite, aproveitando que o mercado de cafés é totalmente legalizado e pleno de ótimas opções.
Para ter uma experiência ainda mais completa e personalizada, nossa dica é provar a linha de cafés especiais MARY 4:20, pioneira na harmonização de café e cannabis. Com inspiração nas principais genéticas de cannabis, a marca seleciona e torra os mais nobres grãos de café do Brasil com o objetivo de emular sabores e experiências. Sem dúvida, a melhor pedida para quem curte degustar um café às 4:20.
2- Selecione a erva
Assim como escolher um bom café, selecionar uma maconha de qualidade também é igualmente importante – embora seja mais complicado em países proibicionistas como o Brasil. É compreensível que a maioria das pessoas nestes locais não tenha sequer como saber o que está fumando, que dirá elencar uma strain preferida para o momento…
Seja lá como for, #ficaadica para quem cultiva ou vive em locais onde a erva é legal: para consumir junto com o café, prefira genéticas híbridas, que mesclem a energia criativa típica das sativas com a calma induzida pelas indicas. Dessa forma, é possível balancear e tirar o máximo de proveito dos efeitos da cafeína (e dos canabinoides).
Mas, caso necessite de uma dose extra de energia, opte por strains de predominância sativa – mas não exagere na cafeína, pois sempre existe o risco de desencadear uma bad trip pelo excesso de atividade mental.
Se, em vez disso, o que você quer é degustar um cafézinho sem risco de perder o sono mais tarde, experimente combiná-lo com uma genética canábica de predominância indica, cujos efeitos tipicamente relaxantes rebatem a agitação causada pela cafeína.
E, se não tiver como escolher a erva, seja feliz com o que está na mão – e agradeça a Jah que pelo menos o café é legalizado no Brasil e temos à disposição alguns dos melhores grãos do mundo.
3- Conheça os métodos de preparo
Assim como existem diversos jeitos de consumir maconha (seda, bong, pipe, vape, dab, etc), também existem diferentes métodos de preparo de café: coado, espresso, moka, aeropress, chemex, cápsulas, entre outros.
Cada método de preparo realça características distintas do café – e este é um assunto complexo pra mais de um post. Mas, resumidamente, quando preparado espresso ou na cafeteira italiana, por exemplo, o café tendem a ter sabor mais encorpado, amargo e pungente, enquanto o café coado em filtro de papel é mais suave e realça notas aromáticas mais sutis.
Aqui também não existem regras e o que vale é o gosto do freguês. Experimente fazer diferentes combinações até encontrar as que mais lhe agradam. Sugestões: para momentos em que se deseja uma chapação rápida e certeira, experimente combinar uma dose de café espresso com um bem servido dab; ou relaxe degustando uma caneca de café coado com um baseado apertado na seda king size; ou, então, explore ainda mais seus sentidos combinando um cold brew com a suavidade de uma erva vaporizada, etc.
4- Ritualize o momento
Muito além de hábitos corriqueiros, preparar um café e apertar um baseado são verdadeiros rituais. Saia do piloto-automático e dedique um pouco mais de atenção a estes momentos, aproveitando para relaxar e espantar toda e qualquer negatividade.
Seja ao acordar ou para garantir aquela energia extra no trabalho, transforme o ato de “fumar-um-e-tomar-café” em um momento único no seu dia. Afinal, nada melhor do que estes pequenos rituais diários que nos ajudam a sintonizar com nossos objetivos e obrigações. Escolha uma trilha sonora, sente-se confortavelmente e deixe a fumaça e a cafeína agirem em seu corpo e mente.
Nem que seja por 5 minutos, garantimos que isso pode mudar o seu dia (ou noite) para melhor.
5- Não exagere na dose
Parcimônia é a palavra-chave quando se trata de fazer uso concomitante de qualquer substância, incluindo café e maconha.
Como já foi dito acima, a cafeína é uma droga psicoativa capaz de provocar diversos efeitos colaterais – assim como a maconha.
Respeite seus limites e controle a dosagem – tanto do beque quanto do café – para evitar tremedeiras, paranoias e bad trips em geral. Caso isso aconteça, siga estas dicas.