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Cannabis: o Viagra feminino natural?

Viagra feminino: será que a maconha é a solução para as disfunções sexuais femininas?

Quando chegou ao mercado, no fim da década de 90, o Viagra rapidamente despertou a expectativa pelo surgimento de sua versão feminina.

Algumas tentativas e várias falhas depois, o fato é que a indústria farmacêutica ainda não foi capaz de descobrir uma versão da “pílula azul” para mulheres.

O que existe até o momento são alguns medicamentos destinados ao tratamento da falta de desejo sexual de mulheres em fase de menopausa, cujos efeitos colaterais praticamente inviabilizam o uso.

É o caso da chamada “pílula rosa”, aprovada em 2015 pelo Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos.

Fonte: Addyi / Sprout Pharmaceuticals

Feito à base do princípio ativo flibanserina, o medicamento chegou ao mercado internacional com o nome de Addyi. Embora tenha sido inicialmente aclamado como o “Viagra feminino”, ele não emplacou por mostrar-se ineficaz na prática.

A “broxada” da pílula rosa

Após o lançamento, o Addyi decepcionou. Segundo reportagem da revista Época, entre as usuárias do medicamento, houve um aumento de somente 0,5 relação sexual satisfatória por mês, valor ainda mais baixo que o considerado nos testes para aprovação da substância – este também bastante modesto: 0,8 relação satisfatória mensal a mais em relação ao placebo.

Além de não funcionar, o tal “Viagra feminino” também causou de 2 a 4 vezes mais efeitos colaterais, incluindo tontura, sonolência, náuseas e cansaço. 

A propensão a causar reações indesejáveis foi considerada pela FDA, que incluiu uma tarja preta – o tipo mais sério de alerta de segurança – na bula do medicamento alertando para os riscos do produto. Entre eles o mais importante é a interação com álcool e outras drogas, que pode causar queda brusca na pressão arterial e até mesmo síncope.

Muito diferente do Viagra original: basta uma breve conferida na bula da sildenafila para constatar que os riscos nesse tipo de interação são – embora presentes – infinitamente menores e mais leves quando comparados à flibanserina.

Mecanismo de ação

É importante ressaltar que o mecanismo de ação da flibanserina é completamente diferente do citrato de sildenafila, princípio ativo do Viagra. Enquanto o remédio masculino é indicado para disfunção erétil, agindo na circulação sanguínea e no órgão sexual masculino, a sua versão feminina age no sistema nervoso central.

Desenvolvida inicialmente pela farmacêutica Boehringer Ingelheim como um antidepressivo, a flibanserina causou como efeito colateral o aumento da libido em mulheres durante os testes clínicos.

Em tese, o “Viagra feminino” atua nos receptores de serotonina e dopamina, que são neurotransmissores relacionados ao desejo e interesse sexual.

Outra opção (?)

Embora controverso, o mecanismo de ação da flibanserina é semelhante – senão, idêntico – ao de outra substância lançada posteriormente e com o mesmo objetivo.

Trata-se da bremelanotida, que chegou ao mercado em 2019 na forma injetável e com o nome comercial de Vyleesi.

Segundo o fabricante – a empresa Amag Pharmaceuticals – o medicamento serve para melhorar o desejo sexual feminino ao aumentar a presença de dopamina e inibir a liberação de serotonina.

Assim como o seu concorrente Addyi, o Vyleesi também atua nos neurotransmissores e pode ocasionar efeitos indesejáveis como náuseas, vômitos e alterações na pressão arterial.

Viagra feminino natural

Uma vez que o desenvolvimento do tão sonhado “Viagra feminino” – ou de uma “pílula do prazer” destinada às mulheres – parece caminhar a passos lentos na esfera farmacêutica, algumas opções naturais se apresentam na esteira do empirismo. E a cannabis é uma delas.

Ao longo da história, a maconha tem se mostrado uma excelente aliada dos humanos, fornecendo alívio para as mais diversas dores do corpo e da alma, além de matéria-prima para muita corda, papel e progresso.

Como não poderia ser diferente, a erva é também uma excelente aliada como estimulante sexual  feminino.

Seja por algum mecanismo de ação específico ainda não completamente destrinchado pela ciência ou simplesmente por relaxar e aumentar a consciência sensual (de homens e mulheres), o fato é que a cannabis pode melhorar a saúde sexual feminina.

E não sou apenas eu que tô dizendo isso (embora eu também tenha muita certeza empírica do que estou falando!), mas tem muito pesquisador por aí seguindo a mesma trilha como veremos a seguir. 

Evidências científicas

Tem até estudo científico que relata maior satisfação sexual – e orgasmos mais intensos – entre usuárias de maconha. 

Publicada na revista Science Medicine, a pesquisa tinha como objetivo avaliar as percepções das mulheres sobre os efeitos do uso de cannabis antes da atividade sexual.

Coordenado por cientistas do Departamento de Ginecologia da Saint Louis University, nos Estados Unidos, o estudo relatou aumento no desejo sexual, melhora no orgasmo e diminuição da dor, mas nenhuma mudança significativa na lubrificação.

Embora assumam desconhecer os motivos, os autores do estudo admitem que a cannabis afeta positivamente a satisfação sexual feminina – o que, talvez, faça da erva a melhor opção de “Viagra feminino” disponível até hoje. 

Uma das hipóteses mencionadas pelos cientistas relaciona a ativação do sistema endocanabinoide a um possível aumento da liberação de dopamina e consequente aumento das sensações de prazer.

Erva afrodisíaca

Não são só as mulheres que se beneficiam das propriedades potencialmente afrodisíacas da cannabis.

Segundo estudo publicado em 2018 pela revista Pharmacological Research, a maconha ajuda a aumentar o prazer e a satisfação – de todos os gêneros – durante e depois do sexo.

Ao todo, 70% dos maconheiros relataram “aumento de prazer e satisfação” em suas vidas sexuais relacionado ao consumo da erva.

Novamente, os autores sugeriram que a a ativação do sistema endocanabinoide – algo que a maconha faz naturalmente – auxilia na modulação das respostas sexuais em homens e mulheres.

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*Por: Redação Maryjuana

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