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Extrações de cannabis com solventes: tudo o que você sempre quis saber!

Conheça as principais extrações canábicas com solventes.

Os concentrados e as extrações são consumidos diariamente e amplamente produzidos por diversas indústrias. Pensando apenas nos produtos mais consumidos em nosso cotidiano, as extrações estão em produtos de beleza, de higiene pessoal, na maioria dos produtos comestíveis, de limpeza e etc.

Vários desses métodos de extração são hoje usados para criar uma infinidade de produtos de cannabis que são consumidos puros como nas vape pens e tinturas ou associados a outros ingredientes no caso dos comestíveis (chocolates, bolachas, bolos, balas), cosméticos, bebidas, manteigas e etc.    

Os concentrados de cannabis ou as extrações dos canabinoides, terpenos e outros componentes da planta constituem uma arte milenar muito utilizada até hoje em regiões que usam a planta tradicionalmente como o Marrocos, Jamaica e Índia.

A Hand Rubbed Hash usa calor e pressão das mãos e é uma das técnicas mais tradicionais e simples de se fazer um concentrado, o popular charas.

E eis que surgem os dabs

O que é relativamente novo são as formas de extração canábica que resultam em produtos “dabbable. Esses produtos têm duas características principais: não possuem material da planta e tem uma alta concentração de canabinoides e terpenos (dependendo do produto). 

Diferente de outras plantas, a cannabis tem sua resina na superfície das flores e folhas, facilitando a extração. Esses componentes estão localizados nos tricomas, que são glandes microscópicas em formato de cogumelos que guardam os canabinoides e terpenos.

Outra característica importante é que todos os componentes dentro da bolsa protetora dos tricomas são solúveis em óleo.

Com ou sem solvente

Podemos separar os concentrados de cannabis em duas grandes categorias: os que usam solventes e os que não usam solventes.

Extraído com água e gelo, o ice-o-lator é um exemplo de extração de cannabis sem solvente

As extrações sem solventes consistem em remover fisicamente a resina, com o objetivo de separar os tricomas da matéria vegetal. Podem ser feitas por agitação, fricção, usando água, gelo seco, máquinas de calor e pressão e etc.

Concentrados que usam solventes tem por princípio dissolver o conteúdo dos tricomas no solventes e posteriormente separá-los. Esse processo é feito com maquinário específico que usa calor e pressão para obter uma infinidade de produtos, como veremos mais a seguir.

Os solventes químicos mais utilizados nas extrações são o CO2, etanol e os hidrocarbonetos (derivados do petróleo e gás de cozinha), a exemplo dos gases propano e butano.

Importante lembrar que os esses solventes são extremamente inflamáveis e que não devem ser feitos de forma caseira.

Há alguns anos as extrações caseiras, principalmente com butano, têm se tornado manchetes recorrentes de jornais por implodirem casas e causarem acidentes graves com pessoas que tentam fazer esses concentrados sem nenhuma segurança.

**OBSERVAÇÃO: Não tente isso em casa! Caso queira fazer uma extração caseira, dê preferência às sem solvente seguindo as dicas de um dos papas da cannabis mundial Ed Rosenthal.

Conheça os 3 solventes mais utilizados em extrações de cannabis

É importante entender os processos de extração com solvente porque eles são utilizados amplamente nos mercados de cannabis legalizados e vendidos em todos os mercados legais e ilegais, inclusive no brasileiro.

Os produtos mais comuns são as canetas vaporizadoras, diluições em óleo de coco e uma gama extensa de produtos para dab.

Por isso, entender os processos de produção e seus sub-produtos pode garantir qualidade e segurança ao consumidor.

  • CO2

Maquinário para extração com CO2. Foto: International Highlife

Controlando a temperatura e pressão é possível controlar qual componente da cannabis vai ser extraído.

Dessa forma, o método de extração com CO2 Subcritical utiliza temperaturas mais baixas e uma pressão menor.

O resultado é um insumo com alta concentração de terpenos, uma vez que estes são componentes extremamente voláteis.

Já o CO2 Supercritical utiliza uma temperatura maior com maior pressão e o resultado é um insumo com mais canabinoides, lipídeos e ceras, que variam de 50% a 60% de concentração de canabinoides.

  • Etanol 

O álcool é considerado o solvente mais efetivo, pois não é seletivo. Isso significa que ele extrai tanto os componentes solúveis em óleo quando os componentes solúveis em água.

É por isso que o resultado dessa extração é um insumo denso, escuro e viscoso.

Além dos canabinoides e terpenos, o etanol também extrai clorofila e outros materiais da planta.

Sua potência pode variar de 60% a 70% em concentração de canabinoides.

Essa técnica pode ser feita de forma artesanal – inclusive, utilizando apenas uma máquina de café. 

Exemplos de extrações com álcool: FECO, RSO, Fênix Tears.

  • Hidrocarbonetos (BHO, PHO) 

Ao contrário do álcool, esse é o solvente mais seletivo.

As substâncias utilizadas nessa categoria de extração são o butano e o propano – em alguns processos, eles são usados juntos.

Com um controle de pressão em um sistema fechado e controlado, o resultado será um produto bem puro com 70% a 80% de concentração de canabinoides. 

Exemplos de extrações com hidrocarbonetos: shatter, wax, budder, live resin, sugar honeycomb, entre outros.

*Por Luna Vargas, antropóloga e pesquisadora, trabalha como educadora de cannabis no mercado legalizado do Canadá. Recentemente, lançou uma cartilha sobre óleo de cannabis. 

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