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O que é – e como fazer – haxixe

Conheça – e saiba como extrair – os diferentes tipos de haxixe. (Atualizado em 27/10/2021).

Para além das flores, muita gente opta por consumir cannabis na forma de haxixe.

O também chamado hash consiste em uma extração de canabinoides e terpenos, que pode ser feita de diferentes maneiras – com ou sem solventes – como detalharemos mais abaixo.

Por concentrar uma grande quantidade de THC e óleos essenciais, o haxixe produz efeitos psicoativos mais intensos, além de ter aroma e sabor muito acentuados.

Para entender tudo sobre essa especiaria que ganha cada vez mais popularidade na comunidade canábica, acompanhe os tópicos a seguir que explicam tudo sobre o que é haxixe:

Origem

De origem árabe, a palavra haxixe significa “erva seca”.

Mas a expressão, de fato, refere-se ao produto resinoso extraído do tricoma, das flores e frutos da cannabis.

Originalmente difundido no oriente e norte da África, o haxixe surgiu por volta de 900 A.C, embora historiadores acreditem que métodos de extração mais primitivos – como o charas – tenham surgido antes disso. 

Alguns dos países com mais tradição histórica na produção de hash são Marrocos, Afeganistão e Índia. A diferença aqui está na forma de extrair a resina.

No Marrocos e no Afeganistão, o método tradicionalmente utilizado para fazer haxixe consiste em peneirar as flores de cannabis já secas, o chamado dry sift.

Kief.

Através do atrito produzido, os tricomas são separados da matéria vegetal, formando o chamado “kief”, que posteriormente é aquecido e prensado.

O resultado são blocos compactos de resina de coloração escura – variando do dourado ao marrom.

Já a Índia é a pátria-mãe do famoso “charas”. Neste caso, o hash é extraído a partir das flores ainda vivas, que são friccionadas entre as mãos, resultando em uma pegajosa resina de cor escura. 

Após o início das navegações – e com a consequente exploração do continente africanos pelos europeus – o haxixe ganhou o mundo, transformando-se em uma das especiarias canábicas mais apreciadas de todos os tempos.

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Club des Hashischins – ou Clube do Haxixe

Parte fundamental da história da cannabis, o Club des Hashischins – ou Clube do Haxixe  foi uma entidade parisiense que promovia experiências com drogas – sobretudo hash – entre os anos de 1844 a 1849.

Diversas personalidades virtuosas compunham o grupo, incluindo Charles Baudelaire, Honoré de Balzac e Eugène Delacroix. 

Um dos fundadores do clube, Jacques Joseph Moreau foi um médico francês que se especializou nos efeitos do haxixe.

Os encontros do Clube do Haxixe eram mensais e noturnos, em uma casa repleta de pinturas.

Ele também escreveu o primeiro livro científico sobre o uso regular da substância, onde catalogou, analisou e gravou as suas observações.

Ele sabia que com ajuda do haxixe as pessoas poderiam acessar um estado intermediário de consciência. Dar haxixe para escritores fazia parte de um dos inúmeros experimentos do Dr. Moreau. Os escritores, por sua vez, estavam interessados em explorar as suas mentes.

Os encontros do Clube do Haxixe eram mensais e noturnos, em uma casa repleta de pinturas. Os convidados bebiam um drinque chamado “dawamesk”, que consistia na mistura de café forte com haxixe, noz-moscada, cravo, canela, pistache, açúcar, suco de laranja e manteiga.

Victor Hugo, ativista pelos direitos humanos de grande atuação política em seu país era membro do clube, assim como Baudelaire.

Em “Les Paradis Artificiels” (Paraísos Artificiais), Baudelaire falou que quando o o haxixe é utilizado, os sentidos ficam extraordinariamente aguçados, a visão torna-se infinita, e o ouvido pode discernir o menor som perceptível.

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Como fazer haxixe

Existem diversas maneiras de fazer haxixe, mas podemos resumi-las em duas categorias, conforme os métodos de extração utilizados, podendo ser com e sem solvente.

Para quem pretende extrair hash em casa, recomendamos fortemente a escolha de técnicas sem solvente, pois o uso de solventes acarreta risco de acidentes, além de serem mais prejudiciais à saúde (sobretudo para quem não possui os equipamentos e conhecimentos exigidos).

Os diferentes métodos de produção empregados fazem com que o hash tenha muitas caras: pode ser molenga e pegajoso como uma massa de modelar – ou mais seco e duro, lembrando um cristal. Ou, quem sabe, mais pastoso, quase líquido, com consistência oleosa.. 

Saiba mais sobre as diferentes técnicas de fazer haxixe:

Extrações sem solvente:

  • EXTRAÇÃO MANUAL/CHARAS

O charas – que já abordamos acima – é um dos métodos de fazer hash mais antigos – e simples – do mundo. 

Consiste em extrair os tricomas das plantas através da fricção das flores entre as mãos.

A pegajosa resina que fica colada entre os dedos pode ser facilmente agregada, gerando pequenas bolas cremosas e extremamente perfumadas.

Um dos pontos negativos dessa técnica, contudo, é o baixo rendimento devido à dificuldade em extrair a totalidade da resina utilizando somente as mãos.

  • DRY SIFT 

Outro método milenar de extração canábica sem solvente, muito utilizado no Marrocos, o dry sift – que também já foi falado acima –  consiste na extração à seco do haxixe.

Através do uso de telas com malhas finas de diferentes micragens, os tricomas são separados da matéria vegetal, resultando em um pó fino, que costuma ser posteriormente aquecido e compactado.

  • ICE-O-LATOR

Após agitar e filtrar a mistura, o que resta são os tricomas dourados.

Também chamado de bubble hash, consiste na extração da resina utilizando apenas água e gelo. 

Com o auxílio de sacos contendo fundo com tela, a matéria vegetal (flores e/ou restos de manicure) deve ser agitada em um balde contendo água com gelo.

É uma das técnicas preferidas na atualidade, por oferecer um produto de bastante qualidade e potência, com altas taxas de canabinoides.

O resultado final é um hash cremoso, com textura de cera, geralmente compactado em pequenas bolinhas.

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  • ROSIN

Rosin hash. Foto: Pure Pressure.

A técnica conhecida como rosin surgiu recentemente, com o avanço do mercado legal nos Estados Unidos.

Consiste em utilizar prensas – que podem ser improvisadas com chapinhas de cabelo – para extrair hash das plantas de forma simples e sem solventes, utilizando apenas pressão e calor. 

Através dessa técnica, é possível preparar concentrados através das flores – o chamado flower rosin – mas também a partir de outras extrações, o hash rosin, que oferece ainda mais pureza ao produto, na medida em que proporciona filtragem dupla do material.

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Extrações com solvente:

Os métodos de extração de haxixe com solventes envolvem o uso de substâncias químicas diversas, como os gases butano, propano e CO2, além de álcool de cereais ou isopropílico, entre outros.

Essas extrações também possuem consistências e colorações variadas, além de alta concentração de canabinóides e terpenos.

Embora costumem gerar bons rendimentos e potência, as extrações com solventes implicam em riscos que não podem ser menosprezados.

A começar pelo mais óbvio de todos: durante a manufatura dos concentrados, existe sempre risco de explosão e incêndios devido ao uso de substâncias altamente inflamáveis.

Para os usuários, há ainda o risco de inalar resquícios de solventes que por acaso estejam presentes no produto final, o que é comum em extrações que não tenham sido devidamente purgadas.

CLIQUE AQUI PARA SABER MAIS SOBRE EXTRAÇÕES COM SOLVENTE.

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Como usar haxixe

São muitas as formas de consumir haxixe. Uma das maneiras mais comuns é misturá-lo com um pouco de erva e/ou tabaco.

Quem quiser fumar o hash puro pode optar por vaporizadores específicos, cachimbos ou pelo dab, que consiste no ato de inalar os concentrados de cannabis utilizando-se de equipamentos que permitem o total “derretimento” da substância.

Mas também é possível improvisar com métodos mais simples e caseiros, a exemplo deste que requer apenas o uso de um copo e um prego ou agulha.

Para quem quer passar longe da fumaça, outra opção é adicionar as extrações a óleos e manteigas para preparar alimentos e bebidas infusionadas.

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Efeitos

Ao consumir haxixe, os efeitos experimentados são os mesmos da maconha, mas potencializados, uma vez que a concentração de THC – e outros canabinoides – é superior.

De modo geral, estes são alguns dos efeitos mais comuns ocasionados pelo hash:

* Vermelhidão nos olhos

* Aumento da pressão arterial sistólica e frequência dos batimentos cardíacos elevada

* Fotofobia

* Tosse

* Boca seca

* Diminuição de reflexos e capacidade de guiar máquinas

* Sonolência

* Euforia

* Alteração da memória imediata

* Sensibilidade aumentada para estímulos externos

* Pensamentos fragmentados

* Distração

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Curiosidades

* Na religião hindu o haxixe é considerado um presente dos deuses. Acredita-se que a planta teve origem quando Shiva, chegando a um banquete preparado por sua esposa Parvatii, baba ao ver tantas delícias e de sua saliva surge a planta abençoada;

* Também chamado de raka, chocolate, pretinho, creme, crema;

* O haxixe marroquino é considerado um dos melhores do mundo e, inclusive, possui um terpeno específico só dele.

*Por: Redação Maryjuana

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